O tempo urge

O tempo sempre assustou os homens. Suas leis inquestionáveis asseguram sua frieza diante da triste condição humana. Não importa o que aconteça ele seguirá seu caminho atropelando tudo. Mereceu dos gregos um deus específico: “Cronos era o rei dos titãs e o grande deus do tempo, sobretudo quando este é visto em seu aspecto destrutivo, o tempo inexpugnável que rege os destinos e a tudo devora”. Inegável, entretanto, é a sua justiça: o tempo não faz acepção, não distingue. A todos se dispõe da mesma forma. Cada um o aproveite como quiser.

Não adianta lutar contra o poder do tempo, mas cada um aufere, no mesmo pacote em que recebe a vida, uma porção desse bem de valor inestimável, contado em segundos, precisamente oitenta e seis mil e quatrocentos deles para cada dia, a serem gastos da maneira em que melhor lhe aprouver. E é aí que está a nossa única arma diante do poder imensurável do tempo: a faculdade de administrá-lo conforme nossa vontade.

O relógio está correndo. Devo fazer o que tenho a fazer. Sempre haverá um jeito de me antecipar e por o tempo a meu favor. Posso evitar pessoas e coisas que me roubam esse bem tão precioso, cada minuto que me escapar é uma fração desperdiçada da minha vida que não poderei recuperar.

Situações vilãs, devoradoras do tempo, são inevitáveis. As filas nas repartições públicas, a sala de espera do profissional de saúde, o ponto de ônibus, os milhares de “bons dias” e “ok’s” nos grupos de Whats App, as reuniões infrutíferas para cumprimento de tabela, as palestras maçantes que nada acrescentam. Tenho fugido sem culpa alguma desses ladrões de tempo. Para as esperas que não posso evitar tenho sempre algo que possa fazer para aproveitar os minutos, mantenho sempre à mão um bom livro ou até aquele texto que tenho mesmo que tirar um tempo para ler.

Diante de tal reflexão, vejo-me na obrigação de encerrar por aqui. O tempo do leitor também é precioso.

Carlinhos Colé
Enviado por Carlinhos Colé em 10/05/2018
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