Eu, um Livro...
EU, UM LIVRO
Eu costumo sorrir, falar de sentimentos bons, da interna euforia que constantemente me preenche a alma, do Espirito leve que me mantem tão surreal, neste meu ser poético, no ser humano que não me permite ser ogro.
Eu costumo poetizar a vida, brincar com os problemas, andar na chuva para disfarçar aquela lágrima teimosa que insiste em cair. Eu sou do tipo que se perde em ruas conhecidas, com medo de voltar para casa naqueles dias de vazio constante, sou amante da velocidade vagarosa da saudade, sonhador, escritor de caminhos inexistentes, autor de uma história um tanto insensata.
Sou tantas coisas, um universo de formas dentro de um mundo de imperfeições. Meu silêncio já tocou tantas canções que ninguém além de mim entendeu ou, ouviu... Já pesquei por semanas um sorriso em meio as lágrimas, me desfiz, me desmontei, desmoronei, sucumbi.
Eu sou sozinho, sou alma deserta, já faz um tempo que não sou habitado, até mesmo os meus sentimentos, abandonaram muitas terras em meu coração.
Terra árida, solo impróprio para o cultivo, e não por ser mesmo um solo infrutífero, eu me tornei inacessível, me privei de sentir, de viver, não a vida que gerimos individualmente, mas, aquela que só mesmo dois gestores juntos são capazes de faze-la prosperar... Eu nunca fui social, na verdade, mesmo sendo tão prestativo e atencioso, sou um reinado de isolamento, uma fortaleza impenetrável. Sou a confusão e perturbação de muitos, minha literatura não foi escrita com aquela supérflua estrutura literária, sou a análise sintática que rouba o sono de muitos, não sou loucura, pois mesmo minha loucura, é mais sã que muitos estados normais por ai.
Estruturo-me naquele simbolismo humanista, embora exista um romancista aflorado em minhas páginas, sou de uma liturgia pragmática, mesmo que tendenciosa a tantas análises.
Seja o doce sabor deste vinho de reflexões, a razão de minhas publicações de amanhã... Que seja emoção,
Mistério,
Suspense,
Romance,
Drama,
Comédia...
Que seja eu, que seja alguém, por alguém,
Que seja por um “NÓS” eterno...
Por: Hámilson Carf