DOMINGOS
Domingo de maio,outono 2018.
Um friozinho proprio desta época me fez buscar o aconchego de um surrado agazalho.
Guarda consigo - o agazalho - resquícios de aconchegos do frio do ano passado e isso me faz lembrar aquelas peças já ensebadas que algumas crianças carregam o tempo todo, à que denomimam "querido".
Os "queridos" variam de um casaquinho velho, um ursinho de pelúcia ou mesmo um retalho de cobertor,do qual não abrem mão.
[Coitadas das mães quando extraviam-se os "queridos" ]
Assim, agasalhado, sou neste momento um véio enfiado em seu "querido".
Mas, "queridos" à parte, a intenção mesmo é falar de domingos.
Não sei se é coisa de idade, mas os domingos me parecem portadores de uma dose farta de nostalgia.
Domingos têm ecos e cheiros que lhes são característicos.
Badalar de sinos nas igrejas,por exemplo, são ecos de domingos.
Frangos de padaria: são cheiros de domingos.
Revirar gavetas, rever albuns de fotografias, são coisas de domingo.
E foi numa destas reviradas que deparei-me com um velho album de fotografias.
Nêle,o registro de tantos momentos, tantas alegrias, tantos reencontros.
Os alegres sorrisos de meus pais numa manhã de um domingo qualquer desbotado agora pela sépia do tempo.
Aguardava-se a chegada de alguns parentes vindos de longe.A cozinha incensava-se à salsa e manjericão e na churrasqueira piloteava-se uns assados.
Os respingos caiam sobre o braseiro atiçando o paladar de "Teco",cachorrinho de estimação.
Havia música no ar (meu pai adorava ouvir um programa denominado "Relembrando")
e ,quando tocava algumas de suas valsas preferidas - "Branca" de Zequinha de Abreu, por exemplo - os pequenos espaços de nossa casa eram salão de dança para o animado casal.
O tempo, esse cruel, vai nos roubando as melhores referências e as lembranças, insistem em nos cochichar momentos que foram tão caros.
Gostaria de ser avesso a saudosismos, mas não sou tão suficientemente forte para tal e
ainda que esteja sendo imensamente piegas,não abro mão de rascunhar estes momentos de nostalgia, de saudades,enfim...
É como um desabafo,um jeito de extravasar a falta de coisas que me fizeram feliz um dia.
Sem que isso empane o brilho de meus dias atuais,onde sou grato à paz e felicidade no convívio com minha família.
De concreto, hoje incorporei a culinária daquela casa do passado.Sòzinho, neste momento, divido meu tempo entre o computador ,um assado , e os manjericões de minha cozinha.
Preparo o almoço de domingo para "osdecaza" rsrs...
Àquela que foi à missa, àquele que ainda dorme e a este véio saudosista que sem ter assunto, vem falar de suas ranzinzices.
Bom domingo a todos.
Domingo de maio,outono 2018.
Um friozinho proprio desta época me fez buscar o aconchego de um surrado agazalho.
Guarda consigo - o agazalho - resquícios de aconchegos do frio do ano passado e isso me faz lembrar aquelas peças já ensebadas que algumas crianças carregam o tempo todo, à que denomimam "querido".
Os "queridos" variam de um casaquinho velho, um ursinho de pelúcia ou mesmo um retalho de cobertor,do qual não abrem mão.
[Coitadas das mães quando extraviam-se os "queridos" ]
Assim, agasalhado, sou neste momento um véio enfiado em seu "querido".
Mas, "queridos" à parte, a intenção mesmo é falar de domingos.
Não sei se é coisa de idade, mas os domingos me parecem portadores de uma dose farta de nostalgia.
Domingos têm ecos e cheiros que lhes são característicos.
Badalar de sinos nas igrejas,por exemplo, são ecos de domingos.
Frangos de padaria: são cheiros de domingos.
Revirar gavetas, rever albuns de fotografias, são coisas de domingo.
E foi numa destas reviradas que deparei-me com um velho album de fotografias.
Nêle,o registro de tantos momentos, tantas alegrias, tantos reencontros.
Os alegres sorrisos de meus pais numa manhã de um domingo qualquer desbotado agora pela sépia do tempo.
Aguardava-se a chegada de alguns parentes vindos de longe.A cozinha incensava-se à salsa e manjericão e na churrasqueira piloteava-se uns assados.
Os respingos caiam sobre o braseiro atiçando o paladar de "Teco",cachorrinho de estimação.
Havia música no ar (meu pai adorava ouvir um programa denominado "Relembrando")
e ,quando tocava algumas de suas valsas preferidas - "Branca" de Zequinha de Abreu, por exemplo - os pequenos espaços de nossa casa eram salão de dança para o animado casal.
O tempo, esse cruel, vai nos roubando as melhores referências e as lembranças, insistem em nos cochichar momentos que foram tão caros.
Gostaria de ser avesso a saudosismos, mas não sou tão suficientemente forte para tal e
ainda que esteja sendo imensamente piegas,não abro mão de rascunhar estes momentos de nostalgia, de saudades,enfim...
É como um desabafo,um jeito de extravasar a falta de coisas que me fizeram feliz um dia.
Sem que isso empane o brilho de meus dias atuais,onde sou grato à paz e felicidade no convívio com minha família.
De concreto, hoje incorporei a culinária daquela casa do passado.Sòzinho, neste momento, divido meu tempo entre o computador ,um assado , e os manjericões de minha cozinha.
Preparo o almoço de domingo para "osdecaza" rsrs...
Àquela que foi à missa, àquele que ainda dorme e a este véio saudosista que sem ter assunto, vem falar de suas ranzinzices.
Bom domingo a todos.