Diário de bordo
Sábado de maio. Imagino a baía de Guanabara, o Cristo, Niterói, só
meu corpo está aqui, viajo. Os morros, ao longe, continuam azuis, desejo os paredões de Itaipu, o teu riso e as tuas mãos de areia. O céu se recolhe no pipocar de balas e se multiplicam as partidas de pessoas mortas, mas ainda há gente que batalha e luta e a esperança, por um momento, quase vinga. Nem mais as canções do Chico me agradam, é como se o mundo estivesse se implodindo aos poucos. Do caos, emergem desilusões e desencantos. Para onde foram nossos ídolos e mitos, onde foram parar os corações, os sentimentos? Os navios enfeitam os cais e os portos e a esperança nos dias melhores, naufraga.
Beijo a todos!