ISSO NÃO É PROBLEMA MEU.

( A crônica de hoje foi baseada em uma fábula, eu não modifiquei a fábula, apenas incrementei vestes novas. )

Ivan era o seu nome, se me lembro bem; essa é a história de um pequeno roedor que foi jurado de morte, procurou em vão ajuda, e quando tudo parecia perdido, o destino sorriu para ele.

A história se passa no pequeno sítio de Dona Amélia, uma simpática e sorridente senhora, neste seu pequeno pedaço de terra havia alguns animais que ele cuidava com muito amor, uma galinha, um porco, uma vaca. Também haviam dois intrusos, a cobra e o ratinho Ivan. Esse pequeno roedor morava no porão da casa, ele era um exímio ladrão de queijos, os mesmos produzidos com tanto esmero pela dona Amélia, eram os queijos mais deliciosos de toda a região, seu esposo, José, sempre ajudava na fabricação dos queijos.

Certo dia, seu José percebeu que os queijos estavam com marcas de mordidas, ele conhecia bem aquelas marcas, eram de ratos, o exímio Ivan havia sido descoberto. Uma drástica atitude foi tomada, seu José comprou diversas ratoeiras que seriam espalhadas por toda a casa. O astuto ratinho percebendo a perigosa manobra buscou o quanto antes ajuda entre os animais que moravam no sítio, primeiramente procurou a galinha:

- Bom dia dona galinha, será que a senhora poderia me ajudar, é que os donos da fazenda compraram ratoeiras novas e estou com medo de ser pego.

- Eu te ajudar - Disse a galinha rudemente - nunca,

não é problema meu.

O ratinho saiu entristecido e foi procurar o porco, quem sabe ele se sensibiliza:

- Bom dia senhor porco, será que o senhor poderia me ajudar, os donos da fazenda compraram ratoeiras novas e estou com medo de ser pego.

- Ajudar um rato! Nem morto - Disse o porco com

arrogância - isso não é problema meu.

O ratinho entristecido saiu em direção a sua última esperança, a vaca:

- Bom dia senhora vaca, será que a senhora poderia me ajudar, é que os donos da fazenda compraram ratoeiras novas, e estou com medo de ser pego.

- Eu te ajudar, nem morta, tenho cascos duros nos pés, não tenho medo de ratoeiras, e saia daqui logo.

O ratinho triste por não conseguir ajudá foi para sua toca; passou a tarde e veio à noite, e no começo daquela mesma noite seu José armou todas as ratoeiras que tinha comprado, e foi dormir, certo que apanharia o ladrão de queijos, algumas horas depois, no meio da madrugada dona Amélia ouviu o som da ratoeira desarmando, seu esposo dormia profundamente, no mesmo instante ela pensou. “Foi o rato, pegamos ele, finalmente, pela manhã jogo esse ladrão na lata do lixo."

Quando amanheceu dona Amélia foi direto à ratoeira que estava embaixo do armário, ela viu um pedacinho de um rabo, que julgou ser do rato, ao esticar a mão para puxar a armadilha, veio a desagradável surpresa; era a cobra que estava

presa e esta lhe deu uma tremenda picada na mão. Seu esposo que acordou logo em seguida, viu toda a cena, desesperado correu com a esposa para o médico, pois sabia que aquela cobra era venenosa, o sítio e os animais ficaram sozinhos.

Dois dias depois ela retornou para casa, estava ainda muito fraca, o médico recomendou que ela fizesse repouso e que comesse somente de canja, seu José não teve dúvidas, matou a galinha para fazer a canja para a esposa. Os dias se passaram e

dona Amélia continuava na mesma, não teve jeito ela teve que ser internada novamente, o médico disse que ela ficaria ali por tempo indeterminado, seu José teve que pedir ajuda aos parentes

para ficarem no hospital com a esposa, e para alimentar a todos, teve que matar o porco. Uma semana depois dona Amélia não resistindo ao

veneno da cobra, veio a falecer, seu José ficou desconsolado. O velório seria no sítio mesmo, todos os seus parentes viriam, sem saber como alimentar tanta gente, não pensou duas vezes, matou

a vaca.

Moral da história. "Nunca pense que determinado

problema não é seu, uma ora ou outra ele retorna para você, por isso o melhor a fazer é não ignorar os problemas e sim resolvê-los."

Essa história, muito conhecida por sinal, foi contada por meu chefe certo dia no trabalho, para ilustrar uma situação que havia acontecido há muito tempo, e que ele e os demais chefes tinham ignorado, pensando eles que o tal problema não eram deles não o resolveu, o resultado é que o problema retornou com juros e correção monetária.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 04/05/2018
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