Poppysmic

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Descascando informações antigas, só pelo prazer de, fica-se sabendo que em 1859 o número de poços de petróleo no Brasil e nos Estados Unidos era o mesmo. Zero. Setenta anos depois eles tinham 1 milhão de poços. E nós no Z, de zero. O nome do jogo, por lá, chama-se iniciativa privada. Por aqui tentou-se, e quatro caras foram perseguidos pelo estado, dentre eles Monteiro Lobato, perseguição dir-se-ia implacável. Pelos anos 30 tentava-se nos brasis nadar contra a corrente e perfurar - 20 poços em 15 anos, ao passo que na América, no mesmo período, trezentos e oitenta mil. Graças ao senhor Edson de Carvalho ficamos sabendo dessas coisas, perpetuadas em sua lavra "O drama da descoberta do petróleo brasileiro”, 1957.


Um dado que aflige é a burrice devastadora que se colhe no âmbito imediato relatado na mídia. O brasileiro médio, que paga impostos e suspira por um país melhor mais parece um portador crônico de alzheimer perdido num bordel, sacaneado a cada 5 minutos e indagando o que está acontecendo a cada 3. No topo da pirâmide, a facilidade com que se mata. Essa violência nauseante, vertical, espantosa em nossa sociedade não tem como gatilho a pobreza, as desigualdades, etc., mas sim o alastramento da ferida explorada como linguagem, e portanto, fomentando e internalizando sentimentos quiçá artificiais, sem, em hipótese alguma, desconsiderar nesse mapa o marxista gorduroso soprando na orelha do incauto o tamanho do ódio a ser desenvolvido.

Haja tolerância para uma situação dessas.

Tivemos, em 29 de abril, o festival espiritual de Wesak*, e peço licença a sra. Alice Bailey a utilização de seu agrupamento de vocábulos para transmitir ao leitor de que se trata: "Buda incorporou o Princípio de Luz e, por causa de sua Iluminação, a humanidade foi capacitada a reconhecer Cristo, que incorporou o Princípio ainda maior de Amor".

*(No dia de Wesak, o Senhor Gautama Buda vem até nós.)

Por aí a gente tem uma noção do quanto estávamos soterrados há 2.500 anos atrás.

Início de mês, o 1º de maio nalguns círculos ganha a alcunha de "Dia do Posso”, fricção de um lado, conflitos, zoeira, de outro poder criativo, individualmente falando.

Tornando ao Brasil, permanecem as dúvidas de quando e como vamos sair dessa enrascada truculenta e quem vai nos informar. Nem sei se é o caso de indagar a um consumidor alfa. Consumidores alfa, em geral, tornam-se os primeiros a saber, experimentar, comprar, comparar. Noutras palavras, procuradores de prazer profissionais considerados, pasme, influenciadores. Um consumidor alfa equivale a 4 consumidores, vamos dizer, regulares. Alguém se habilita? Aos experts da notícia eu não me animo. Salvando-se uns aqui e outros ali, isso com uma pinça cirúrgica e olhe lá, qualquer deles se faz cúmplice de uma sucessão de situações problemáticas, repetidas, não admitidas, não corrigidas, uma classe capaz de errar de modo industrial resultados de eleições, pesquisas de opinião, tragédias anunciadas, uma seita indemovível em ocultar cadáveres e proteger algozes, sem mencionar a promoção de banalidades, a criação de controvérsias e a negligência em deixar de relatar mudanças no mínimo tectônicas.

Um cidadão esclarecido torna-se um eleitor capacitado. Do contrário reina a idiotia, e aquele que deveria ser um agente de mudanças fica tal qual peixe em aquário, boquiaberto.

(Poppysmic - do inglês, som produzido pelo estalar dos lábios.)


(Imagem: foto do autor)
Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 03/05/2018
Reeditado em 01/06/2020
Código do texto: T6326037
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