PEDACINHOS DE UM TEMPO INESQUECÍVEL

Na sala desarrumada, as marcas vivas e recentes das peripécias do menininho louro. No chão, jogado a um canto, um chapéu de três pontas, feito de jornal pela avó, eterna companheira de brincadeiras e fã número 1. Na visão do chapéu, ainda "ecoa" no ambiente da sala vazia de gente, a vozinha mansa e doce: "Massa sodado, cabeça de papel, se não massá dileito, vai peso pu cartel!" Também ecoando está o barulhinho dos pezinhos marchando pela sala, e a ordem: "Massa, vovó! Massa!" E diante de tal ordem, outra não foi senão a decisão de sair cantando e marchando atrás...

Em cima do sofá, num canto também,uma página do jornal meio amassada. Esta foi o "livro" em que ele contou historinhas para a avó e que , consecutivamente lhe entregava para que contasse também. E muitas historinhas bem contadas e mal pronunciadas tiveram a sala como palco e cenário...

No outro sofá, uma pagina de jornal embolada. Esta foi a "bola" que fez muitos gols na vovó! E os risos e a vibração em cada gol deixado acontecer "ecoam" pela sala ainda agora, chegando aos meus ouvidos, num tom suave e terno...

Todas essas estrepulias, doces recordações de um "estar junto", vão ditando e a caneta vai obedecendo, ficando registradas no papel, as "aventuras" tão ternamente vividas e que farão possível a "revivência" de brincadeiras incrivelmente infantis, no momento em que quisermos - ele e eu. Basta que abramos o verdadeiro livro que conterá tais lembranças. Eu, enquanto viver. Ele, sempre que tiver vontade de "rever" sua doce e inocente fase de menininho louro, tão querido e abençoado por Deus e pela vovó!

NEUSA RAMOS
Enviado por NEUSA RAMOS em 03/05/2018
Código do texto: T6325807
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