Touro castrado se transforma num boi
Touro castrado se transforma num boi.
"Do pó viemos e ao pó voltaremos (GN 3:19)"
Nas embalagens de produtos que consumo, vejo o símbolo da reciclagem, tudo está em constante transformação, tudo. Pensando desta forma, talvez nem tudo tenha um fim definitivo.
Assim como os elementos da natureza são renováveis, nós seres humanos nos transformamos continuamente, como na música do Raul Seixas, "metaformose ambulante" todo dia assimilamos algo novo e mudamos, para o bem ou para o mal, mudamos.
Os mínimos gestos fazem a maior diferença, uma mulher ao mudar a cor ou o corte do do cabelo, quase que se transforma em outra pessoa, arrancando elogios, a mãe que após uma gravidez tem seu corpo transformado, sua alma, em algumas claro, são transcedidas e todas as suas prioridades mudam.
Para alguns de nós é necessário que o tempo, a convivêcia com outros seres humanos, a religião ou sentimentos e emoções nos transformem em um ser melhor.
Geralmente comentam que no sofrimento é que crescemos, eu acho que é nas alegrias.
Ando de ônibus e vejo do lado de fora da janela as árvores do cerrado, tortas, secas, com aparência cinza. Se parecem conosco, sofridas, correndo o risco de serem queimadas ou arrancadas a qualquer momento.
Aí vão lá e as cortam, tiram um pedaço seu e mesmo feridas, cicatrizam em silêncio e transformam-se, florescendo lindamente e trazendo cor e vida aos nossos olhos até o fim do seu ciclo.
Nada tira seu resplendor ou a substitui. Única em sua criação.
Algumas pessoas passam por esse processo por aí, pelo mundo.
As necessidades aqui ou na China são as mesmas, das pessoas também.
Assisti um filme ano passado, "A Massai Branca". Uma mulher européia e branca viaja salvo engano até a África e durante a viagem se apaixona por um nativo Africano. Acreditando ser o amor da sua vida ela vai viver com ele em uma aldeia, sem luxo e por amor se adapta a nova cultura e a vida espartana. Mas o ciúme e posteriormente uma agressão por parte dele põe um fim ao relacionamento. Não foi a cultura, nem o preconceito, foi o elemento puramente humano que fez com que não desse certo. O homem (ser humano) é o mesmo aqui ou em qualquer parte da Terra. Não sabe lidar com suas emoções, não se conhece e nem está aberto a tranformações positivas, essa é a bola na trave.
É como não ouvir conselho, achamos demais, vivemos de achismos É inverso. Uma pena que quando chegamos ao um mínimo de sabedoria o corpo já começa a dar os sinais de declínio, é um desperdício. Sabe, é a balaça de libra, de um lado ganha, do outro perde.
Como está sua balança hoje? O que você pode abrir mão pra poder ganhar com a outra? Nada? Mmmmm...pensa bem.
Assim como um touro castrado vira um boi, nós poderíamos nos tornar um pouco mais tolerantes, estou farta de ignorância, de todos os sentidos, pessoas vomitam coisas sem ter conhecimento ou vivência do que tentam debater. Estou farta de gurus, empoderamento, resiliência. Pelo amor! Para tudo tem denominações.
Tem gente que vende uma sabedoria, uma imponência, dia desses ao meu lado havia duas garotas falando mal sobre as decisões de sua outra amiga, e perdi a conta de quandas vezes elas disseram a frase "Ah! Se fosse eu" vejo como é facil ter receitas para a vida alheia, o povo tem receita para tudo.
Eu Marianna, nada sei.
Digo porque já tive certeza de tanta coisa, mas na hora H, as emoções me fizeram ter atitudes totalmente intuitivas tomei outra decisão que não a racional, eu me surpreendi queimando a língua, a mão, o corpo inteiro.
É como a história do anel de diamante, ele só passou a ter valor quando atrelaram emoção à ele fazendo com que o anel virasse o símbolo do amor, qual noiva não se sentiria mais amada com um belo anel de diamante? Assim as transformações vão acontecendo. Tudo pode ser comprado, vendido, negociado. Talvez convencer por meio da palavra seja a mais eficiente...não..nem sempre.
Vão-se os anéis e ficam os dedos, tudo que se é necessário para viver já temos conosco. O corpo e a vida.
O que eu faço? Eu dou risada por dentro, sabe, aquele riso silencioso, gostoso, em saber que nada sei, tô aqui pra aprender, e quando puder e deixarem eu ensinarei. Ou serei cortada como o cerrado...
Aos topetudos, eu saio de perto, não vou tocar tambor pra maluco dançar.
Já se perguntou porque estudamos História? Ou lemos e assistimos filmes sobre fatos passados? Porque temos livros sagrados?
É para não cometermos os mesmo erros e sim para aprendermos com eles.
Mas, ao contrário do que a História (que não é cíclica) ensina, eu vejo tudo transformando, em gotejamento, rastejante, sem fôlego, morrendo seja nas nossas casas, nos relacionamentos com amigos, nas eleições... Deus! Tire de nós a venda que nos cega, o enlace do orgulho.
Aos donos do mundo, que com seu dircurso veemente sobre como viver bem.
Você só poderá dizer que viveu bem se morrer de velhice.
Talvez...por isso os bons vão primeiro, como diz um personagem da tv "a reza deve tá pouca".