Entre o Natal e o Ano Novo
Quando criança, nos dias pós feriados prolongados, eu me sentia meio perdido, querendo recapitular o que não havia feito e surpreso por haver passado tão rápido.
Quarta feira de cinzas era uma dessas ocasiões e eu ficava como se estivesse enjoado de uma viagem imaginária num BARCO de sonho.
Melhor, ou, nesse caso, pior, os dias após a virada do ano, que significavam que o meu aniversário ainda demoraria outro tanto, a bola nova não duraria até lá, as minhas espoletas acabariam e o meu revólver ficaria mudo.
Era uma época do ano que eu preservava como um TESOURO, que durava mais ou menos 10 dias, entre as vésperas do Natal e o recomeçar da vida em seus TRILHOS monótonos. Era o período que eu me sentia mais eu. Tinha a FACA e o queijo na mão, pois pelo menos na minha cabeça e nesse curto período, eu era o epicentro de um terremoto chamado infância e de uma BAGUNÇA inconsequente.
Agora eu era o Nissão e todos os meus amigos me chamavam para aprontar alguma. Hoje, FAXINA e pouca prosa. Mas, a gente vai levando...