MEMÓRIAS E SAUDADES...(CARLOS COSTA FILHO)
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Ah tempo bom que já vivi. Ah, tempo difícil que vivo agora!
Deitado com a esposa Yara Queiroz, revi e revivi no quarto do nosso filho. Vimos e revimos tempos inesquecíveis dos 12 anos em que exerci o cargo de Diretor Geral Note de um órgão paraestatal federal e viajava muito e adquiria presentes que ao chegar, os dava ao nosso filho. Está tudo arrumado nas prateleiras e nichos que mandamos fazer com muito capricho e pensando em quase tudo. Enquanto a secretaria do lar Maria Joaquina Paes Ewetom arrumava a suíte,
Dentro dos nichos, ainda estão os vários carinhos de madeira que comprava e lhe dava, junto com livros, muitos livros que também comprava e as coleções de carros de ferro que adquiria e lhe dava também. A cada presente, sempre o recebia um abraço, como se fosse o ultimo que lhe daria na sua infância e início da adolescência. Do nosso filho, acompanhei apenas duas fazes; a das coleções que fazia. Depois de submetido à primeira cirurgia, até 2006, fui submetido a outras 11 cirurgias no cérebro e fiquei infectado dentro do Hospital Prontocord, quando parei de trabalhar.
Aposentado por invalidez em 2000, sofri uma redução brusca no valor da que receberia se ainda estivesse na ativa. Sem poder trabalhar, coisa que não esperava que viesse a ocorrer aos 49 anos de idade, mas o dinheiro que ganhei honestamente, investi em imóveis que, agora, estou tendo que vendê-los para pagar dívidas. Mas voltemos à crônica das recordações que guardo e das saudades que sinto por não continuar a tê-las depois de 2006 quando fui internado para tratar de uma surdez que sofri em sala de aula. Fiz carreiras no Jornalismo, chegando a assumir Editoria Geral de dois jornais diários em Manaus, depois de concluir o Curso e Pós-Graduação em Assessoria de Comunicação e Marketing, e, no Serviço Social, após a conclusão do curso de Docência de Terceiro Grau, ingressei como professor em uma Faculdade particular. Como demorou muito a ser chamado pela UFAM, ingressei e ingressei por prova de título. Mas chega de lamúrias! O tempo só existe em memória e não existe concretamente, mas também não voltará para revivê-lo!
Vendo fotos da infância de nosso filho, com minha esposa dizendo "essas coisas de madeira não se vêm mais, inclusive os porta-retratos”. Respondi que poderiam até existir, mas só em lojas de artesanato, mas estão ficando cada vez mais raros! Viajava sempre pensando no que compraria para o nosso filho nos Estados da Região Norte que visitava, menos Rondônia que em acordo ficou sob a responsabilidade da Região Centro Oeste. Até que fui de carro à fronteira do Acre e entrei na Bolívia. Adquiri um carro de Fórmula 1 com controle remoto, maior do que tamanho dos 7 anos do nosso filho para presenteá-lo.
Depois que cheguei em casa foi logo me perguntando o que tinha trazido para ele. Dei-lhe a caixa, abriu, me deu um abraço gostoso, tirou o presente e desceu para brincar no Condomínio Geneve.
De tão empolgado ele ficou, mas ainda sem saber usar direito controle remoto, se distraiu e o carro passou por cima de sua unha do pé arrancando-a. Talvez, tenha ficado traumatizado com o presente, que o guardou na caixa e nunca mais o usou e voltou a ocupar nicho grande. Abaixo se vê um quadro amazônico do pintor Moacir Andrade (in memorian), que pedi para ser colocada no alto da cabeceira da cama dele!