O viajante
Ele já era um homem maduro, prestes a completar 50 anos de idade. Considerava-se um peregrino. As estradas que caminhara ele lembrava bem . Quantos vezes bateu ? Quantas vezes levou porrada ? Sabia dos perigos dos caminhos que percorrera ... As traições, os salteadores das estradas, o falar doce das seduções. Recordava-se de quantas vezes se machucou e machucou alguém. Tudo que passou ficou gravado em sua carne como um conhecimento vivo.
Em fim... tinha o que muitos consideram como experiência. Entretanto, tal conquista, muitas vezes, parecia uma maldição, pois o viajante sempre via outros percorrendo o mesmo caminho. Ele tentava avisá-los de todos os obstáculos que enfrentara e de todos os erros que cometera , mas que nada ....os outros, como se fosse um doce feitiço, preferiam seguir o mesmos percursos e cometerem os mesmos erros que o viajante. Ele nada podia fazer, a não ser, assisti imóvel as cenas .