QUEM ÉS TU? DIADORIM?
É dúbio pensar que ter alguém do seu lado é o mais perfeito equilíbrio do espírito, quando ao certo é uma mistura de êxtase e aflição. Uma espécie de loucura que incomoda os mais escondidos sentimentos que possam estar. É uma sensação de bem estar e leveza. Uma alegria e uma vontade de fazer o tempo parar só para permanecer nesta exaltação mística de puro prazer.
As vezes me toca o ombro, me encara nos olhos, sorri para mim, reações que deixam-me inebriado e pensando nos mais ingênuos sonhos que outrora gostaria de construir. É a parte mais empolgante. Quando abre a boca e num tom delicado de voz se reporta a mim o êxtase se completa. Parece um amor adolescente, devo admitir, até porque os amores da adolescência eram aqueles que faziam o coração pular do peito e as pernas perderem o chão. Eita tempinho bom.
Noutro dia passa reto por mim, nem se quer me dá as mãos. Não sei o que se passa nesse seu coração de papel e grafite. É o pior momento de aflição. O ar fica denso e o sangue congela. A dor é inevitável e a dúvida cruel. Por dias vai tilintar o barulho dessa inconstância entre me olhar ou me ignorar. É triste, mas é real. O dia escurece sem que a noite tenha chegado. É um pesadelo.
Por vezes fico a pensar sobre o sentimento que se passa entre um e outro. Seria talvez apenas um amor platônico? Até poderia ser, considerando a experiência de um e a beleza do outro. Ou simplesmente a dicotomia entre o amor mundano e o amor filosófico.
Não dá para entender o jogo de interesses que as atitudes alternadas de um dia para outro possa representar a este amor dúbio. Tem dias que parece anjo, mas em outros representa o demônio. As vezes me toca fundo com sua sensibilidade feminina me levando a loucura num sonho em que não quero acordar, mas, em outros momentos, me fere o íntimo com as mais masculinas grosserias que possa esconder.
Não aguento mais essa dualidade de proposta de sentimentos e atitudes, que ora me afaga o rosto e ora me bate na cara. Quem é você então?