Você na Cena
1º Quadro
(Júnior entra em cena)
Júnior:- O teatro é uma das mais antigas artes do mundo... Novidade nenhuma.
(Ritinha entra em cena)
Ritinha:- E nutrindo amor pelo teatro (pisa no pé de Júnior, este grita) Ai, desculpa!... Algumas pessoas montaram um grupo.
(Arthur entra em cena)
Arthur: (exagerado, forçado)- E passaram a aprender mais sobre teatro e realizá-lo em pequenas doses, mas com grandes sonhos.
(Karla entra em cena)
Karla:- O grupo... Ah... (esquece fala)... Putz, eu decorei.
Ritinha:- O grupo se consolidou.
Karla:- O grupo se consolidou, sabia que era uma coisa assim. É... Que merda né... E apresentamos várias peças, por vários lugares... Ufa!
(Entra Tiago, os demais o posicionam corretamente)
Tiago:- Todos trabalhando voluntariamente, com amor e garra, ganhando experiências , fazendo amigos e divertindo o público
Karla:- Sofia, Sofia, é sua vez... Entra logo, eles estão esperando!
Sofia:- Ah, já vou... E agora pessoal, (entra em cena, ainda se maquiando) Vamos trabalhar na montagem de um novo espetáculo, após ter encenado as mais variadas situações, e interpretado muitas emoções...
(Coreografia das cenas e espetáculos)
Ritinha:- Tudo tão lindo... Eu até lembro de uma vez que a gente foi...
Karla:- Ah, um de seus momentos “Como se fosse ontem” agora não!
Sofia:- Somos hoje uma família, cada um tem sua personalidade, sua mania. Eu por exemplo, vivo com este estojo de maquiagem, porque além de ser caríssimo, nos dá uma boa sorte tremenda!
Ritinha:- Você falou disso, e eu lembrei daquela vez em que nós...
Tiago:- Então, finalizando pessoal, gostaríamos de agradecer a presença de todos e pedir desculpas, porque sei que falaram que iam assistir uma peça, mas ainda não está pronta, estamos ensaiando uma maravilhosa peça, e se quiserem ficar para assistir os preparativos...
Sofia:- Vale muito a pena, mas antes gente eu vou acabar de me maquiar, e me concentrar na sorte, com meu caríssimo estojo da sorte.
(Sofia retoma a se maquiar. Júnior bate nela, o estojo cai, quebra, um instante de silêncio)
Sofia:- Apaga a luz, por favor.
(Black out, rugido, ruído de tapas e socos, gritos)
2º Quadro
(O diretor entra em cena, tropeça a meio caminho. Retoma-se)
Diretor:- Ai cruzes! Que coisa horrenda, Minha Nossa Senhora da boca de cena, vocês estão horríveis! Nem parece que têm experiência nisso!... Vocês não tem vergonha na cara, o público paga pra entrar, e assistir uma nojeira desta.. Ah, to passada! E você, Abre a boca pra dizer que não tem peça, fica quieto, isso é só entre nós! Estou ate com náuseas.
(Finge desmaiar, se dirige aos braços de Arthur, mas Tiago o segura; finge desmaiar de novo, se dirige aos braços de Athur, júnior o segura. Diretor afasta Júnior e Tiago, finge desmaiar novamente, em direção a Arthur, este se afasta, diretor cai)
Diretor:- Encerrado o ensaio de hoje. Podem ir, só você Tiago, fique para me ajudar com o público.
(Arthur, Júnior, Sophia, Karla e Ritinha saem de cena)
Tiago:- Pois é, agora é aquele momento, em que a gente fica olhando para o público, o público te olhando, a gente falando nada com nada... Só enrolando e esperando... É a famosa pausa cênica, que o diretor tem que ser muito criativo pra fazer, pois se não fica uma porcaria, e todo mundo nota que a gente está apenas enrolando pra alguém lá atrás trocar de roupa e dar uma espiada no texto antes de voltar a cena.
Diretor:- E falando em pausa, outra coisa muito complicada é fazer a passagem do tempo em cena, não importa quanto tempo tenha se passado, sempre é difícil. E assim gente, agora na nossa peça, ou melhor nosso nossos ensaios, vão se passar uns 45 dias, que pegamos de férias desde a última apresentação... Ah férias maravilhosas, que loucura, fiquei naquela sauna gente... O Marcão tava lá...
Tiago: ( fazendo tipo)- Dái coisa linda!
Diretor:- Marcão... (ao notar Tiago) Ah sem graça! E por acaso eu te dei a liberdade de me tratar dessa maneira? Em algum momento deste palco eu deixei minha sexualidade explícita? Não responde. Mas é porque a sociedade generalizou que só por causa da sua sensibilidade artística todo diretor de teatro é * (gesto a entender-se que é gay). Contudo o importante é que todos eles são o que são porque são inteligentes, cultos, criativos, verdadeiros seres especiais! E no mais, eu nem sou gay ta legal!
Tiago:- Você está certo disso?
Diretor:- Não faz pergunta difícil... Chega de enrolar, vamos logo pro reencontro da turma, escolher a peça que vamos fazer, os papéis, e colocar a mão na massa, porque fazer teatro dá um trabalho!
(Diretor e Tiago saem de cena)
3º Quadro
(Música, Sofia entra em cena, devagar, observadora, a música cessa)
Sofia:- Ninguém chegou ainda, como sempre eu sou a primeira, ah estou com uma saudade deles. Mas até é bom, porque assim eu posso ficar mais um pouco com meu novo caríssimo estojo da sorte! (admira o estojo) Agora se é de costume o Tiago vai chegar, animado, ansioso, e vai ficar desanimado quando ver que só eu cheguei, dái ele vai dizer: “Espero que não demorem”, e vai ficar do meu lado.
(Tiago entra em cena. Animado, ansioso, observa Sofia e se desanima)
Tiago:- Espero que não demorem muito... Oi Sofia! (Tiago se posiciona ao lado de Sofia) Se bem conheço, a Ritinha vai chegar agora, cansada e com muita pressa, vai nos ver e chorar dizendo que está com saudades, e ficar do meu lado.
(Ritinha entra em cena, cansada, com pressa, observa Tiago e Sofia, chora)
Ritinha:- Estava com tanta saudade! (Fica ao lado de Tiago) Agora, e a vez do Júnior chegar, devagar, desanimado, Limpar as unhas na roupa, dizer “que droga”, e vai vir aqui do meu lado.
(Júnior entra em cena devagar, desanimado, limpa as unhas nas roupas)
Júnior:- Que droga! ( Posiciona-se ao lado de Ritinha) Como sempre a Karla e o Diretor vão chegar juntos, entrar rindo, vão cantar um pedaço de uma música, rir mais, o diretor vai fazer uma piadinha, a Karla vai falar alguma coisa, e vão pro lado de alguém.
(Karla e Diretor entram em cena. Cantam, riem)
Diretor:- Ah, nós combinamos tanto que se eu já não fosse uma borboleta, até arriscava mostrar o meu casulo pra sua lagarta!
Karla:- Foi ridícula aquela pausa cênica antes das férias, ninguém trocou de roupa.
(Karla e Diretor posicionam-se ao lado de Jùnior)
Diretor:- O último a chegar é o Arthur...
(Arthur entra em cena)
Diretor:- Só
não lembro se ele vem sozinho ou acompanhado...
(Esposa entra em cena)
Esposa:- Meu amor, me espera!
Diretor:- ... Mas é claro que ele vem muito mal acompanhado, pela esposa que é doente de ciúmes e não perde nada.
Ritinha:- O Arthur não vai falar nada, porque chegou atrasado e acha que não tem direito a palavra por isso.
Diretor:- E então ele vai ficar aqui... (gesticulando para atrás de si, com fervura)
Esposa:- Do meu lado.
Todos:- Oi gente!
(Todos se cumprimentam, Karla sai de cena, volta a cena trazendo uma garrafa de vinho)
Karla:- Para um ótimo reencontro nada melhor do um bom vinho, e vamos beber no gargalo mesmo, mas tem um probleminha: Faz mau se estiver coma validade vencida?
(todos olham perplexos, Ritinha se aproxima)
Ritinha:- Seu animal, não acredito que você disse isso. (Pega a garrafa) Me dá isso aqui, eu vou ver a data de validade!
Esposa:- Vinho não tem validade!
Tiago:- É, vinho não tem validade.
Júnior: É validade indeterminada.
Ritinha: (lê o rótulo da garrafa) –Gente, tenho uma boa notícia: Não tem validade!... Quem vai beber?
(Todos recusam, Júnior aceita, passa a beber)
Diretor:- Eu gostaria que os acompanhantes se colocassem em seus lugares, pra podermos começar.
Arthur: Espera, falando em acompanhantes...
Esposa:- Pois não meu amor?
Arthur:- A nossa fã não veio?
(Esposa fecha cara)
Fã: (da platéia) – Veio sim! Uhuuu! (levanta-se, entra em cena) – Vocês acharam mesmo que eu iria perder de vir aqui? E saibam que não vim sozinha... Olha quem está aqui?
(A cena congela, fã em pose magistral com o objeto em mãos)
...CONTINUA...