O Cortiço
O Cortiço é um amontoado de casas e barracos, colados uns aos outros, em uma área retangular, com um corredor ao meio, para entradas e saídas de pessoas.
Um conjunto de habitações coletivas, para famílias de baixa renda, onde morávamos, eu, minha tia e meus primos.
A rua que dava acesso ao Cortiço, tinha pouca movimentação de carros.
Havia aproximadamente cinquenta moradores, do início ao fim do corredor de entrada.
Alí morava, estudantes, comerciários, industriários, vendedores de sucatas e outros.
Ao lado do corredor de acesso, havia vários varais de secar roupas, coletivo.
Determinadas horas do dia, tudo ficava agitado e complicado, pois chegava a faltar água e energia.
Eu, como era estudante, ia para o Cursinho, à pé, às seis da manhã, para chegar à escola, sete horas. Ficava na escola, até as treze horas, depois, voltava, para o Cortiço, em um trajeto de cinco quilômetros.
Minha tia, Rolica (in memorian), saia mais cedo, pois trabalhava o dia todo em uma Indústria de processamento de Frangos, à quatro quilômetros do Cortiço.
Minhas duas primas e meus três primos, também trabalhavam e estudavam. Às vezes, nosso almoço e jantar, era bem simples, com arroz, feijão, pé de frango e salada. Mas, aos finais de semana, a gente fazia até um churrasco.
Nosso barraco, tinha um quarto, dividido por uma cortina, uma sala, uma cozinha e um banheiro coletivo.
De um lado do quarto, dormia os homens, do outro lado da cortina, dormia as mulheres. Engraçado, que eu dormia tão bem, em uma beliche, no segundo andar, que eu quase não ouvia barulhos.
Nosso relacionamento familiar, era muito bom. O primo Bernardinho (in memorian) é o que mais brincava e irritava a minha tia, que era Evangélica. Logo ele casou-se com uma evangélica e foi obrigado a frequentar a Igreja.
A gente conhecia, quase todos os vizinhos, no Cortiço, com exceção de alguns, que não davam muito papo.
As vezes, à noite, a gente ouvia, alguma briga, entre casais e entre filhos e pais.
Alguns acontecimentos:
Certa noite, a Polícia chegou no Cortiço, para prender um homem que havia espancado a esposa. Os meninos ficaram todos chorando.
Em outra noite, uma mulher gritava tão alto, com dores, que o filho dela, nasceu alí mesmo no Cortiço.
Outro dia, um vizinho, que tava tão bêbado, que errou o seu Barraco e entrou noutro de um Casal, recem casado. Foi aquela confusão...kkk
Certo final de semana, eu e o primo Bernardinho, recebemos a visita de outro primo mais velho, solteiro, que morava no interior. Saímos à noite, então o Bernardinho, me falou:
Vamos sacanear o Tião. Eu disse: como?
O Bernardinho: vamos levar ele no Buraco Quente (puteiro).
Ao chegarmos no Buraco quente, o Tião olhou para uma senhora, gostou e entraram para o quarto.
KKK...não chegou dez minutos e o primo saiu apressado do quarto.
Perguntamos para ele: o que aconteceu?
Ele disse: foi rapidinha...
Essa eu nunca vou esquecer...kkk Acho que ele nem tirou a roupa.
O Bernardinho atentou o Tião o tempo inteiro, até chegarmos no Cortiço.
Com o tempo, logo mudei para perto do Colégio, passando a morar em um pensionato muito bom.
"Apesar das dificuldades que passei, eu vivi plenamente sem problemas, as situações inusitadas de um Cortiço" - Jaime Teodoro
O Cortiço é um amontoado de casas e barracos, colados uns aos outros, em uma área retangular, com um corredor ao meio, para entradas e saídas de pessoas.
Um conjunto de habitações coletivas, para famílias de baixa renda, onde morávamos, eu, minha tia e meus primos.
A rua que dava acesso ao Cortiço, tinha pouca movimentação de carros.
Havia aproximadamente cinquenta moradores, do início ao fim do corredor de entrada.
Alí morava, estudantes, comerciários, industriários, vendedores de sucatas e outros.
Ao lado do corredor de acesso, havia vários varais de secar roupas, coletivo.
Determinadas horas do dia, tudo ficava agitado e complicado, pois chegava a faltar água e energia.
Eu, como era estudante, ia para o Cursinho, à pé, às seis da manhã, para chegar à escola, sete horas. Ficava na escola, até as treze horas, depois, voltava, para o Cortiço, em um trajeto de cinco quilômetros.
Minha tia, Rolica (in memorian), saia mais cedo, pois trabalhava o dia todo em uma Indústria de processamento de Frangos, à quatro quilômetros do Cortiço.
Minhas duas primas e meus três primos, também trabalhavam e estudavam. Às vezes, nosso almoço e jantar, era bem simples, com arroz, feijão, pé de frango e salada. Mas, aos finais de semana, a gente fazia até um churrasco.
Nosso barraco, tinha um quarto, dividido por uma cortina, uma sala, uma cozinha e um banheiro coletivo.
De um lado do quarto, dormia os homens, do outro lado da cortina, dormia as mulheres. Engraçado, que eu dormia tão bem, em uma beliche, no segundo andar, que eu quase não ouvia barulhos.
Nosso relacionamento familiar, era muito bom. O primo Bernardinho (in memorian) é o que mais brincava e irritava a minha tia, que era Evangélica. Logo ele casou-se com uma evangélica e foi obrigado a frequentar a Igreja.
A gente conhecia, quase todos os vizinhos, no Cortiço, com exceção de alguns, que não davam muito papo.
As vezes, à noite, a gente ouvia, alguma briga, entre casais e entre filhos e pais.
Alguns acontecimentos:
Certa noite, a Polícia chegou no Cortiço, para prender um homem que havia espancado a esposa. Os meninos ficaram todos chorando.
Em outra noite, uma mulher gritava tão alto, com dores, que o filho dela, nasceu alí mesmo no Cortiço.
Outro dia, um vizinho, que tava tão bêbado, que errou o seu Barraco e entrou noutro de um Casal, recem casado. Foi aquela confusão...kkk
Certo final de semana, eu e o primo Bernardinho, recebemos a visita de outro primo mais velho, solteiro, que morava no interior. Saímos à noite, então o Bernardinho, me falou:
Vamos sacanear o Tião. Eu disse: como?
O Bernardinho: vamos levar ele no Buraco Quente (puteiro).
Ao chegarmos no Buraco quente, o Tião olhou para uma senhora, gostou e entraram para o quarto.
KKK...não chegou dez minutos e o primo saiu apressado do quarto.
Perguntamos para ele: o que aconteceu?
Ele disse: foi rapidinha...
Essa eu nunca vou esquecer...kkk Acho que ele nem tirou a roupa.
O Bernardinho atentou o Tião o tempo inteiro, até chegarmos no Cortiço.
Com o tempo, logo mudei para perto do Colégio, passando a morar em um pensionato muito bom.
"Apesar das dificuldades que passei, eu vivi plenamente sem problemas, as situações inusitadas de um Cortiço" - Jaime Teodoro