FALANDO DE CIGARROS

Todas as manhãs, tomo banho de sol – para prover da Vitamina D – junto à calçada, protegido pela grade do portão. Assim, conheço, pelo menos de vista, as pessoas que passam indo ao trabalho, muitas domésticas. O curioso é que passam com cigarro entre os dedos, tirando umas tragadas. E olha que a propaganda de cigarro está proibida há muito tempo.

Quem se lembra daquela melancólica canção de Nora Ney? De Cigarro em Cigarro, sucesso nos anos sessenta. De cigarro em cigarro/ Olhando a fumaça/ No ar se perder. Era aproveitada em propaganda, nas rádios, nas telas dos cinemas à exaustação.

Determinada época, as crianças de uns dez anos, andavam em bandos nas ruas. E pediam aos adultos que estavam fumando: Oi, seu moço, me dá a bituca? Ou catavam-nas as do chão. Aliás, pedir cigarro até para desconhecido era normal. Ninguém negava ou estranhava.

As mais conhecidas marcas eram: Fulgor, o mais forte e barato; Minister, da elite; Charm, das mulheres; Malboro, dos machões;Continental, da classe burocrática, como escriturários, bancários e Hollywood, dos executivos, empresários.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 27/04/2018
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