BELÉM DO PARÁ

Dia destes conheci Belém, a Capital do Estado do Pará. Foram quatro dias de puro encantamento. Logo que desembarquei, no Aeroporto Internacional ‘Val-de-Cans’, fui recebido por uma mensagem, num pequeno out-door - ainda no interior do mesmo, a qual dizia: “Bem Vindo a Belém, Terra de Gente Boa!”. A Capital tem, entre tantas, uma atração que lhe é peculiar. No caminho para o hotel, deparei-me com enormes mangueiras por todas as calçadas da região central. Soube que muitas ainda produzem frutas, porém, por ser fora de época, não tive o privilégio de vê-las nas copas ou espalhadas pelo chão.
Cheguei uma semana antes da tradicional e famosa Festa em louvor à Nossa Senhora de Nazaré, o Círio de Nazaré. Todas as ruas e praças estavam ricamente decoradas por cordas, laços e imagens da Santa; casas com belos arranjos de flores e faixas e nas esquinas, em pontos estratégicos, os edifícios mais altos ostentavam enormes painéis com imagens e mensagens alusivas ao evento. Visitei a Basílica e vislumbrei sua beleza arquitetônica externa em estilo gótico e a singela leveza artística do seu interior: formado pelo altar; por suas paredes; pelas imagens e pelo seu teto, ricamente detalhado em madeira nobre.
No segundo dia, após o café da manhã, foi a vez de conhecer o famoso e tradicional Mercado Ver-o-Peso. Um desejo adormecido há anos e que confesso, fiquei um pouco frustrado com o que vi. O histórico prédio, na sua inconfundível cor azul real, de longe parecia estar fechado. Assim que o motorista me deixou, próximo dele, deparei-me com centenas de barracas de pequenos comerciantes – algo parecido com os camelôs da 25 de Março paulistana – aonde se vende de tudo o que produz o Pará, além de ‘importados’: açaí, tucupi, condimentos, ervas, chás, temperos, frutas, doces; produtos típicos da região; lembrancinhas e artesanatos, até as famosas garrafadas que prometem resolver diversos problemas: dor de corno, agarra-marido, quebra-feitiço, vence-demanda, espinhela caída; afrodisíacos pra curar a impotência dos machos, entre tantos outros. Após, dirigi-me ao prédio do Mercado e, pra minha alegria, vi que do outro lado estava aberto. Adentrei-o e me surpreendi com o que vi. Todo o espaço comercial era exclusivo para a venda de peixes frescos e seus derivados (frutos do mar). Ali conheci todos os tipos de peixes da bacia amazônica, além de camarões de vários tamanhos. Após o almoço, fui visitar os lugares históricos: museus, monumentos e outros prédios tombados. À tardezinha fui provar o delicioso Tacacá, um saboroso caldinho de origem indígena, composto de: tucupi, goma de mandioca, pimenta, alho, camarão e jambú. Esta iguaria é típica do Pará e encontrada todas as tardes na praça da Igreja de Nazaré. Ah, Você não pode visitar o Pará e não provar o Tacacá! No terceiro dia fui conhecer a Cerâmica Marajoara e o Mangal das Garças. Belíssimo lugar, rico em fauna e flora, com destaque para as Garças e os Guarás vermelhos, um deleite para os olhos e um bálsamo para a alma. À tarde foi a vez de conhecer a Estação das Docas, na Baía de Guajará - às margens do imponente rio Guamá, outro ponto turístico que vale a visita.
Mas, ainda faltava o mais importante: conhecer uma beleza natural - anexa ao Estado do Pará, que é o charme da Região Amazônica. Trata-se da Ilha de Marajó, um paraíso flúvio-marinho rústico, repleto de histórias e lendas; búfalos e artesanato indígena; produção de queijos e doces e as belas praias de águas salobras, formadas pela imensidão dos rios Pará, Tocantins e da Foz do Amazonas, que abraçam e dividem a Ilha com o Oceano Atlântico.
O Pará tem muita coisa boa! Não falei do Açaí, da Maniçoba, do Pato no Tucupí, do Carimbó, da Pororoca...
Não deu pra conhecer tudo, mas prometo voltar e, desta vez, reservar mais tempo a este belíssimo Portal da Amazônia.
Ah! Minha bela Belém, vou voltar!