O FUTEBOL E EU
O FUTEBOL E EU
Texto dedicado a meus amigos Otton Acttis e Erick Cerqueira
No princípio era o caos.Eu não gostava de futebol e,nas tardes de domingo,meu marido ocupava a TV vendo todos os jogos que podia.Eu me consolava com o monitor TV do meu PC.Mas,se não gostava de futebol gostava do Bahia.Via todos os jogos,sofria,penava,suava,aplaudia e me realizava.
Também devo ser honesta e dizer que não entendo bulhufas de football (á inglesa) ludopédio (á portuguesa ) ou futebol (á brasileira).não sei distinguir um zagueiro de um centroavante (ou os dois são a mesma coisa,estou confusa) e muitas vezes tomo aula com meu motorista,aliás ,Vicetória emérito,hoje feliz com dedada e tudo.Só reconheço o goleiro , guarda - redes em Portugal,sempre alerta ,vestido bonitinho e sempre na trave.
Mas,hoje ,não perco um jogo do Bahia e nem daqueles que ,um dia,cruzarão seu caminho.Do céu,meu marido deve estar esboçando um risinho de vingança. -A que ponto chegamos,minha filha!? ele diria.Assim é,língua fala,língua paga.
Apesar de criado pelos ingleses,Charles Miller ,em São Paulo,logo seguido por Oscar Cox,na capital e Zuza Ferreira, em Salvador e Guilherme Fonseca ,no Recife, um livro de regras,uma bola,um par de chuteiras e o grito de goool,o nosso futebol tupiniquim desenvolveu um jeito próprio,inventou a catimba,a folha seca de Didi, os "manés,do Garrincha ,criou-se ,no Brasil ,o futebol -arte.Enquanto o futebol europeu era "científico",nosso futebol mulato virou uma forma de danças e gingados,um balé belo e expressivo,que é único e nos valeu muitas vitórias em Copas do Mundo e criou muita cobiça pelos nossos jogadores.
Infelizmente esse futebol está morrendo.Os jogadores,hoje á mercê de empresários mercenários, são meras peças compradas e pagas a preço de ouro ,sempre prontas a mudar para "quem dá mais" ,de olho na grana que destrói coisas belas,inclusive,o futebol.
Há honrosas exceções.Mas,muito poucas.
O último jogo do Bahia,na sua casa,a Fonte Nova ,com mais de 40.000 torcedores assistindo ,mostrou um futebol morno,irritante, covarde ,visando "cumprir tabela",visando o sulmaravilha,sem se importar nem um pouquinho com o clube que lhes paga o pão de cada dia .
E,com os times do Nordeste é sempre assim,mandamos nossas crias quando elas se destacam como o Jean,e recebemos o refugo que o sul descarta.Até quando?Quando criaremos escolas de futebol como na Alemanha e manteremos os craques que formamos, entre nós e deixaremos de aceitar velhotes bichados,cheios de dores e contusões ,aos quais pagamos caro e nunca vemos resultados.
Quando aprenderemos a torcer pelos times do Nordeste em vez de torcer por times do Sul ,cheios da grana o que torna impossível ,para nossos bolsos curtos,uma competição justa.
Quando não enfrenta o Bahia eu torço pelo Vitória,pelo Sport ,eu desejo três nordestinos na série A,eu almejo um futebol justo e competitivo.
Não deveria ser assim,Zuza Ferreira?
O FUTEBOL E EU
Texto dedicado a meus amigos Otton Acttis e Erick Cerqueira
No princípio era o caos.Eu não gostava de futebol e,nas tardes de domingo,meu marido ocupava a TV vendo todos os jogos que podia.Eu me consolava com o monitor TV do meu PC.Mas,se não gostava de futebol gostava do Bahia.Via todos os jogos,sofria,penava,suava,aplaudia e me realizava.
Também devo ser honesta e dizer que não entendo bulhufas de football (á inglesa) ludopédio (á portuguesa ) ou futebol (á brasileira).não sei distinguir um zagueiro de um centroavante (ou os dois são a mesma coisa,estou confusa) e muitas vezes tomo aula com meu motorista,aliás ,Vicetória emérito,hoje feliz com dedada e tudo.Só reconheço o goleiro , guarda - redes em Portugal,sempre alerta ,vestido bonitinho e sempre na trave.
Mas,hoje ,não perco um jogo do Bahia e nem daqueles que ,um dia,cruzarão seu caminho.Do céu,meu marido deve estar esboçando um risinho de vingança. -A que ponto chegamos,minha filha!? ele diria.Assim é,língua fala,língua paga.
Apesar de criado pelos ingleses,Charles Miller ,em São Paulo,logo seguido por Oscar Cox,na capital e Zuza Ferreira, em Salvador e Guilherme Fonseca ,no Recife, um livro de regras,uma bola,um par de chuteiras e o grito de goool,o nosso futebol tupiniquim desenvolveu um jeito próprio,inventou a catimba,a folha seca de Didi, os "manés,do Garrincha ,criou-se ,no Brasil ,o futebol -arte.Enquanto o futebol europeu era "científico",nosso futebol mulato virou uma forma de danças e gingados,um balé belo e expressivo,que é único e nos valeu muitas vitórias em Copas do Mundo e criou muita cobiça pelos nossos jogadores.
Infelizmente esse futebol está morrendo.Os jogadores,hoje á mercê de empresários mercenários, são meras peças compradas e pagas a preço de ouro ,sempre prontas a mudar para "quem dá mais" ,de olho na grana que destrói coisas belas,inclusive,o futebol.
Há honrosas exceções.Mas,muito poucas.
O último jogo do Bahia,na sua casa,a Fonte Nova ,com mais de 40.000 torcedores assistindo ,mostrou um futebol morno,irritante, covarde ,visando "cumprir tabela",visando o sulmaravilha,sem se importar nem um pouquinho com o clube que lhes paga o pão de cada dia .
E,com os times do Nordeste é sempre assim,mandamos nossas crias quando elas se destacam como o Jean,e recebemos o refugo que o sul descarta.Até quando?Quando criaremos escolas de futebol como na Alemanha e manteremos os craques que formamos, entre nós e deixaremos de aceitar velhotes bichados,cheios de dores e contusões ,aos quais pagamos caro e nunca vemos resultados.
Quando aprenderemos a torcer pelos times do Nordeste em vez de torcer por times do Sul ,cheios da grana o que torna impossível ,para nossos bolsos curtos,uma competição justa.
Quando não enfrenta o Bahia eu torço pelo Vitória,pelo Sport ,eu desejo três nordestinos na série A,eu almejo um futebol justo e competitivo.
Não deveria ser assim,Zuza Ferreira?