Existe um longo caminho para compreender a dor, escolhi aprender o que puder para tornar nossa convivência mais suave, quase pacífica, não estou sozinha nesta empreitada, não seria possível sem suporte profissional.

A dor fragiliza, mina a força, confunde, quebra o foco, e é preciso treinar muito para enxergar através da autocomiseração. A dor insuportável, aquela que me fazia gritar e correr para a emergência, não acontece todos os dias, mas a lembrança ficou gravada na memória, e muitas vezes ela alimentou a dor do momento presente. Hoje, agora, neste exato momento, estou sentindo somente dor. Ela está aqui, eu também, coexistimos.
Quando comecei a praticar mindfulness, na fase mais complicada da doença, durante os exercícios de respiração, alguma coisa aconteceu aqui dentro e foi para melhor.

Existe um doce chamado mil folhas, ele é recheado por creme e é formado por mil camadas fininhas. O recheio creme/dor tá no meio, achatado por camadas de mágoas, lembranças, tristeza, raiva... tudo acumulado por anos e anos de sofrimento. Aparentemente parece até bem equilibrado, mas na primeira mordida, desmonta, quebra e esparrama pra tudo quanto é lado. A analogia é um pouquinho esquisita, típica de uma diabética apaixonada.

Pois bem, Mindfulness é a ferramenta que escolhi para identificar todas essas partes, do meu mil folhas/artrite reumatóide. Sei que não será fácil. Haja empenho para desvendar esta receita!
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 20/04/2018
Reeditado em 20/04/2018
Código do texto: T6314315
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