SANTARÉM...SANTARÉM...!
CRÔNICA PUBLICADA EM 2012. ESCRITA NO CALOR DA EMOÇÃO.
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Para o deputado estadual do PT, Sinésio Campos, filho de Santarém (publicada no blog em 2012)
A emoção tomou conta de mim, mas não chorei e nem inundei de lágrimas o encontro de águas verdes do Rio Tapajós com as do Rio Amazonas, nem atrapalhei a pescaria de peixes que desfilam em frente a cidade, capturados em boias de pneus que descem ao sabor da correnteza na cidade de Santarém.
A linda música “Um poema de Amor”, composição de Wilson Fonseca, interpretado na voz de um cantor local, foi a responsável por quase não me fazer chorar e poluir belezas tão enigmáticas e pouco exploradas em termos de turismo: a cultura local!
Eu e minha esposa Yara não desfrutamos como desejávamos, do belíssimo cartão postal da cidade, o Alter-do-Chão com praias que surgem como por encanto e que são beijadas pelas águas negras de um braço de rio, formando uma beleza que impressiona aos olhos e ao coração, com suas barracas fincadas na praia no meio do rio.
Mas o amigo empresário de transportes coletivos da cidade, Gonçalo Ferreira Lima Filho, também homenageado, me convidou para voltar e prestigiar a Festa do Sairé, a mais antiga manifestação popular do Estado do Pará, remetendo aos tempos da colonização do Brasil, misturando temas religioso e profano, com a morte e ressurreição do botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, em um espetáculo de fantasias e alegorias, repetindo o que os índios Tupinambás fizeram para saudar aos portugueses colonizadores. A festa deverá receber mais de 100 visitantes do dia 13 a 17 de setembro.
Ficamos hospedes no hotel Amazônia Boulevard, na Avenida Mendonça Furtado, homenagem a um administrador português também conhecido por “Xunbergas”. Vieram nos buscar para a festa em um salão interno do SEST/SENAT, presente em todo o Brasil, pertencente ao Sistema “S”, comandado pelo incansável presidente Clésio Soares de Andrade, tendo como diretor do Conselho Regional Norte administrador de empresas Francisco Saldanha Bezerra e na administração local a administradora de empresas Grece Lane Melo.
Na homenagem, ouvindo a música “Um poema de Amor”, de Wilson Fonseca, interpretada na voz de um cantor local e outras músicas de compositores nascidos em Santarém, terminando com o tradicional carimbo, a mais extraordinária manifestação da cultura artista paraense, criada também pelos índios Tupinambás, misturada com batuque de escravos e influência lusitana que contagiava até aos colonizadores portugueses, dando-lhe uma melhor perfeição, fiquei pensativo e idealizando essa crônica.
Como disse, controlei muito a emoção para só derramá-la, talvez, em minha volta para prestigiar a “Festa do Sairé”. Dessa vez, tentarei controlá-la também dentro de meu peito, brigarei com meu coração para que não me traia e me permita pelo menos aplaudir a manifestação da cultura de Santarém, que ainda não conheço. Mas como um simples anônimo, conheci e gostei de ver a pescaria de peixes na orla da cidade que leva à Igreja Matriz e, antes, a um museu de história, onde está o registro que o município foi um dos primeiros da Região Norte a receber “O vapor de terra” de um padre Italiano, dando surgimento do ônibus no Brasil.
Adorei! Emocionei-me, mas não chorei para não poluir com minhas lágrimas o majestoso encontro das águas verdes do Rio Tapajós com as negras do Rio Negro. Terei pelo menos a consciência de que os moradores de Santarém continuarão sendo alimentados com os peixes pescados em boias e malhas que deslizam ao sabor do vento e desfrutarão de suas lindas praias que todos os anos emergem como por encanto de boto do fundo do Rio Tapajós!
Ajustando a magnífica poesia da letra da música “Um poema de amor”, parodiando-a com a licença do genial autor para dizer ”...e quando a Festa do Sairé chegar, o cronista escreverá...sua história de amor com o esplendor do lugar e a beleza de Alter-do-Chão”.