QUERO ESQUECER A VIDA QUE NUNCA TIVE
A noite de ontem foi de muita chuva por aqui, na falta do que fazer fiquei lendo versos de uns e de outros até que me deparei com estes versos de Jobim... Se um dia eu fosse tão forte quanto você / eu te desprezaria e viveria no espaço / Ou talvez então eu te amasse. / Ai! Que saudades me dá da vida que nunca tive.
Saudade da vida que nunca tive... Se não a tive, passado essa vida não tem. Mas por que essa vontade de esquecer o que nunca tive? Alguém já falou que vasculhar o passado é como penetrar num imenso sistema de cavernas dispondo apenas de velas para iluminar o caminho. Quanto mais profundamente o explorador se aventura nas suas câmaras e na ramificação infinita dos seus túneis, tanto mais se apercebe da escuridão que envolve a sua minúscula auréola de luz.
A chuva continua e eu aqui feito o bobo da Clarice, olhos fixos no tempo, quase sem me mexer e se alguém me perguntar por que não faço alguma coisa eu diria: estou pensando, estou pensando...
A noite de ontem foi de muita chuva por aqui, na falta do que fazer fiquei lendo versos de uns e de outros até que me deparei com estes versos de Jobim... Se um dia eu fosse tão forte quanto você / eu te desprezaria e viveria no espaço / Ou talvez então eu te amasse. / Ai! Que saudades me dá da vida que nunca tive.
Saudade da vida que nunca tive... Se não a tive, passado essa vida não tem. Mas por que essa vontade de esquecer o que nunca tive? Alguém já falou que vasculhar o passado é como penetrar num imenso sistema de cavernas dispondo apenas de velas para iluminar o caminho. Quanto mais profundamente o explorador se aventura nas suas câmaras e na ramificação infinita dos seus túneis, tanto mais se apercebe da escuridão que envolve a sua minúscula auréola de luz.
A chuva continua e eu aqui feito o bobo da Clarice, olhos fixos no tempo, quase sem me mexer e se alguém me perguntar por que não faço alguma coisa eu diria: estou pensando, estou pensando...