VERDADE COMO VALOR.QUAL VERDADE?

Em suma,o centro de tudo, a verdade, não é simplesmente dizer como é; é a maneira como as coisas realmente são, o absoluto que permanece, o que sobra é relatividade. Assiste-se isso todo dia, é história, está no palco das realizações, protagoniza nossas vidas. Qualquer outro ponto de vista é errado. Um princípio fundamental da filosofia é ser capaz de discernir entre a verdade e o erro, ou como Tomás de Aquino observou: "É a tarefa do filósofo fazer distinções".

Desafie a verdade a quem se põe verdadeiro e movimenta a racionalidade. Difícil não assentir. O assentimento se confessa diante da realidade. Na racionalidade há certa percuciência, guardadas as proporções, sem relatividade, e dentro das possibilidades se aponta o que vai acontecer. E acontece. É inexorável.Mas é passageiro,tudo passa, o tempo sobrepaira acima de tudo.

As palavras de Aquino não são muito populares hoje em dia. Há uma excitação em dizer coisas e margeiam a semiologia de Umberto Eco com o novo veículo em sua última entrevista antes de falecer.

Fazer distinções parece estar fora de moda em uma era pós-moderna do relativismo.

É aceitável hoje dizer: "Isso é verdade", contanto que não seja seguido por "e, portanto, isso é falso."

É uma constante e observável em questões de fé, religião, onde cada sistema de crenças é para ter a mesma quantidade de igualdade quando se trata da verdade. Trafega-se no desconhecido, a ninguém é dado dizer verdades absolutas sobre o que é incógnita aos sentidos.

Também ocorre em questões sociais, nominadas políticas sem terem esse verdadeiro condão científico, forradas de pessoalidade convicções e condutas.

Há uma série de filosofias e cosmovisões que desafiam o conceito de verdade, mas, quando cada uma é examinada criticamente, acaba sendo de natureza auto-destrutiva.

Ídolos caem para as maiores profundezas humanas, como em cárceres, o lado negro da vida humana.

Nada pior do que estar no trânsito mundial e em certo momento ser barrada até sua visitação em lugares arquitetados pela humanidade para encerrar os que seriam os maus. São regras de convívio.

É difícil para a humanidade ser humana,o penalismo se desenha forte desde a barbárie medieval até a teoria do delito-tipo, na feitura de uma justiça pouco célere que evoluiu em fragmentação desse absolutismo da alçada dos “dominus”, onde o absoluto é maior que a relatividade que destensiona. A grande pena que se inscreve no corpo é reduzida diante da pena moral que não arrasa em corpo, mas marca indelevelmente a biografia da sucessão. É onde a pena passa de quem a paga. A história esgarça o nome e sua progressão de descendência.

A filosofia do relativismo diz que toda verdade é relativa e que não existe tal coisa como verdade absoluta. Entretanto, é preciso perguntar: é a alegação de que "toda verdade é relativa" uma verdade relativa ou uma verdade absoluta? Se for uma verdade relativa, então realmente não tem nenhum sentido; como sabemos quando e onde se aplica? Se for uma verdade absoluta, então existe verdade absoluta.

Em essência não há nenhuma verdade. Se existisse não seria interrogada com repetição.

Está aí a sociedade na sua permanente transformação servida na mesa das discussões humanas plurais em busca de verdades de infindáveis temas. Sempre em vão.

A filosofia do ceticismo, simplesmente dos que de tudo duvidam seria a grande verdade?

Ninguém duvida do que não existe por simplesmente não existir, e que está sendo procurado. Não se procura o que não existe, se busca algo que existe ou possa existir.

Uma coisa é procurar o aperfeiçoamento dos vivos pela harmonia, outra é se esgrimir pelo que não existe, verdades de cada um.

É como o cético ser cético do ceticismo; ele duvida de sua própria afirmação sobre a verdade.

O ceticismo é uma verdade absoluta. Quem conhece a verdade do amanhã? Absolutamente ninguém.Ou a de hoje? Mesmamente, ninguém. Sei que nada sei, religião socrática dos que raciocinam.

Não existem verdades absolutas, mas incursões por variados caminhos de uma vida efêmera, mais descrente do que precisa em dogmas, que tenta estabilizar emoções da fragilidade humana.

Sob esse aspecto o discutido Shakespeare é pódio em expressão da qual faço pilar de meus caminhos, “não ouso crer nem descrer de nada”.

NADA MAIS CÉTICO VINDO DO GENIAL DRAMATURGO.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 18/04/2018
Reeditado em 18/04/2018
Código do texto: T6312127
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