Crônica de Facebook
Veja só essa rede, num tom de azul mais fechado que o céu.
Seu bordado está velho, há quem diga ultrapassado.
No seu balanço dá para ver o mundo, em suas cores e seus horrores.
De dentro dela surgem os mais belos e dispensáveis pensamentos.
Cabe sempre mais um amigo, só que desconhecidos cabem mais; Parentes cabem, mas não deviam.
Dá pra curtir sol e chuva, sem protetor ou guarda chuva.
Dá pra amar de 2, 3 ou um pouco mais; Para odiar somam-se infinitos.
Nela não cabe abraço, não cabe beijo; Cabe saudade e recordações de momentos felizes e tristes e, acima de tudo, solitários.