Partícula-ar-idade
Prendo um pedaço (ínfimo, reconheço) do ar do mundo. Partícula-ar-idade. Prendo-o – num pequeno vidro com tampa. Prendo-o e não me arrependo. Ali será. E ignoro que ele escapará em questão de minutos por alguma micropassagem entre o vidro e a tampa. E também como eu a humanidade ignorará uma infinidade de coisas aparentemente sem importância. Tampando o sol com a peneira. E que o vazio preencha cada vez mais espaços em branco. Que possa haver silêncio mortal.