O AMARGOR DA LEITURA
Crônica de:
Flávio Cavalcante


 
     Lamentavelmente é o que deixa claro no fabuloso mundo das letras. Não existe o meio termo; uns amam, outros odeiam. A leitura para a maioria das pessoas é igual a um limão azedo; ninguém gosta.
 
     Diante da experiência ao logo da minha jornada como escritor, percebi em muitas ocasiões em que ao publicar um determinado texto, por mais aprazível que seja a leitura, a maioria dos leitores mesmo sendo do ramo da escrita não apreciam o conteúdo como deve apreciar e fazer o comentário com propriedade com tese no que está escrito nas laudas. É perceptível nos comentários que o texto na maioria das vezes nem foi lido e o "leitor" convidado a dar o parecer não tem o mínimo cuidado de deixar transparecer a tamanha falta de ética e respeito pelo autor que queimou as pestanas para deixar aquela mensagem que certamente irá servir em algum momento da vida daquele ledor que por motivo de mau hábito, não deu a mínima importância ao que está escrito.
 
     Por incrível que pareça isto acontece principalmente na área de pessoas do mesmo ramo da escrita, que na minha opinião não faz favor algum gostar do ofício que ele diz tanto amar.
 
     Os comentários são na maioria das vezes ridículos, por exemplo “Gostei”, “Amei o texto, parabéns”, “Você escreve muito bem”. E quando não vai além do bufo, deixar um comentário do que podemos dizer nada a ver com o conteúdo ali exposto. Mas isso não é motivo para deixar o autor com uma certa tristeza. É de se entender que vivemos um momento em que a cultura está se desmoronando e nessa avalanche, a leitura está despencando do precipício. Faz parte do momento das coisas fúteis. É bem verdade que ultimamente, com os meios atuais das webs, os celulares com aplicativos de bate-papos, tem sido um incentivo e até uma obrigação a juventude a ter que ler mensagens do WhatsApp e e-mails que chegam quase que constantemente na tela do seu smartfone. Será que esta fase é benéfica? Poderia ser se não tivessem tanta pressa de responder corretamente o que eles entenderam na mensagem do receptor e escrever numa loucura de abreviações errôneas como se cada palavra fosse um inferno de trabalho árduo na digitação.
 
     As abreviações e os dialetos criados para uma comunicação rápida, na maioria das vezes refletem num vício entranhado na mente e mesmo sem perceber repetem em momentos que a escrita precisa ser posta em laudas nos conforme de respeito com literatura numa ocasião de fazer uma redação para uma prova de vestibular, ou mesmo para conseguir ingressar num cargo dentro de uma empresa. O resultado de reprovação devido a estes hábitos é de uma grandiosidade tremenda. A maioria teme a redação pelo alto índice de reprovação. Os absurdos colocados nas entrelinhas na hora do teste, nem os mais estudiosos catedráticos da matéria conseguem decifrar o dialeto cheios de gírias, abreviações erradas, além do mais assustador palavras sem acento algum fazendo de uma simples frase um terror para descobrir o que o indivíduo quis dizer, além de ferir com desrespeito qualquer um tipo de vernáculo.
 
     Há palestras sobre o tema e o estudo comprova que a falta de uma leitura minuciosa traz resultados desastrosos para o futuro que será comprovado na hora de fazer um teste ou mesmo fazer uma determinada prova de redação.
 
     Quantas pessoas não tiveram problemas quando assinaram um acordo de algum contrato sem ao menos parar para olhar o que está escrito nele? O veredito é dado, assinado e carimbado com a caneta à punho sem nem saber o que está assinando. Depois diz que não sabia quando as consequências passam a ser um terror na vida, tudo devido à falta de alguns momentos de leitura, que poderia ser doce; mas o amargor sobressaiu e trouxe como resultado toda uma turbulência de uma vida amargurada.      

Flávio Cavalcante
 
 
 
 
 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 15/04/2018
Código do texto: T6309075
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