PAPO RETO
Cansada de dar murro em faca de ponta resolvi tirar uma licença do Face e retornar á minha praia,a Literatura.Não quero virar uma "Américo Pisca - Pisca,"o personagem de Lobato que ,querendo reformar o mundo levou uma jaca nas fuças e perdeu o rebolado. Num país onde a Justiça não tem a confiança do cidadão todos vivem numa eterna insegurança ,pisando em areias movediças que podem sepultá-los e aos seus sonhos num piscar de olhos.E,como falou o "Leopardo" do livro de Lampedusa, apesar de tentarmos mudar tudo ,nós passaremos ,eles passarinham e tudo fica no mesmo. Bem,nada está perdido de todo,nos resta a Literatura.Voltemo-nos aos livros. Minha válvula de escape é escrever e persistirei neste hábito ,para alguns uma perda de tempo e dinheiro e,para outros pura vagabundagem. -Vai trabalhar,vagabundo,a literatura não dá camisa a ninguém nem põe na sua mesa um prato de sopa rala.A não ser a uns poucos , que foram aquinhoados pela sorte ou têm um bom Q.I. ,ou seja,amigos bem posicionados que lhes abrem as sagradas portas do sucesso.Mas,que com a mesma rapidez dão -lhes com elas na cara. Sic transit gloria mundi ,digo eu. A mim me bastam alguns queridos leitores que evitam que meus livros mofem em caixas debaixo da cama. Para esses escrevo de um jeito muito peculiar como se estivéssemos numa mesa de bar ,tomando uns copos e conversando futilidades.Eles me carregam em forma de livro para dentro de suas casas e lá continuamos essa conversa ad aeternum ,porque eterna não sou,mas,o livro é. E,cada um desses leitores espalhados pelo Brasil,pelo mundo moram num cantinho do meu coração onde habita também a esperança,o desejo por um mundo melhor ,mais respeitoso com os sentimentos alheios, com menos hipocrisia e mais solidariedade. E os amo a todos ,pois,esses têm o dom de me conhecer por inteira e assim mesmo permanecem firme e fortes fazendo com que circulem minhas ideias e ajudando-me a manter a certeza de um mundo melhor,menos cobrador e mais compreensivo com as diferenças humanas. 13/4/2018