Garimpou estrelas à procura de uma nesga de lua no jardim de Beltrame e de outros tantos talentos profissionais e amadores da literatura virtual brasileira. Tocou a ponta do arco-íris, no ponto em que fica o pote de ouro. Criou mundos e reconstruiu cenários que vão da captura de uma índia escondida no silêncio da mata, à inquietação de pessoas viajando como formigas à procura de forragens. Narrou o que viu e ouviu.
Seus personagens empreendem viagens para mundos desconhecidos. Aportam ilhas desertas e vivem experiências de náufrago, que não quer ser resgatado. Com efeito, rompeu as barreiras entre a ficção e a realidade, e temeu atropelar o aspecto temporal, ao tratar das modas de viola na fazenda Campo Grande. Achava que ainda não era hora de apresentar ‘Guaiano em oitava’ porque Zé Coco só gravara aquela música no final dos anos oitenta. Tunico Oliveira, no entanto, assegurou-lhe de que muito antes de gravar; o músico do Riachão tocava seu guaiano nas fazendas aonde trabalhava fazendo carros-de-boi.
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Adalberto Lima, trecho de "Estrela que o vento soprou."