BREVES "FLASHES" DOS AZEVEDO (parte 1)

BREVES "FLASHES" DOS AZEVEDO (parte 1)

"Que cada um conte a sua história...

isso é o mínimo que os que vêm depois

esperam de nós"! (NATOAZEVEDO)

Sinceramente, não imagino quem vá ler estas mal traçadas linhas, além dos meus próprios parentes e de uns poucos seguidores dos meus escritos na Internet. Mas, como os AZEVEDO -- de uma hora para outra -- "resolveram partir" todos, suponho que deva estar chegando a minha vez. Sendo assim, essas memórias servem como "testamento" e testemunho de uma época. Infelizmente, quanto ao tio "Nato" (Cincinato Figueredo, creio que sem o I) nada se sabe, apenas que veio de algum lugar do Rio Grande do Norte, talvez Natal. Somente minha prima Ivone Teixeira -- adotada por dona Ana Figueredo, com o irmão Osmar, como filha, embora a mãe morasse perto -- poderá esclarecer algo sobre ambos, porque ficou com os documentos deles, quem sabe até com o de minha avó paterna Maria do Carmo Palmas, falecida em 1962 se não me falha a memória, aos 82 anos.

Meu avô paterno chamava-se Antônio Theodoro de Azevedo e os dois seriam de alguma cidade do centro ou do norte do Paraná... Jacarezinho me vem à lembrança, não sei porquê e outra cidade com nome de homem, Cornélio Procópio, acabo de lembrar. Meu tio José, também em Rio Negro, mais jovem, poderia esclarecer isso !

A simpática e gelada Rio Negro aglutinou a nova geração dos Azevedo, representada por meus irmãos e eu que, ao que parece, não deixei herdeiros (?!) -- pudera, sem 1 centavo na Vida ! -- apenas lamentações. Assim quiz o Destino ! Tia "Anita" -- como era chamada -- cuidou dos 3 (supondo que o Antônio Carlos tenha passado por lá !) pois seu irmão João só tinha tempo e olhos para seu trabalho e seu caminhão. Foi melhor assim: o Morro, mesmo tranquilo naquela época, não era um lugar que alguém quisesse para criar os filhos e sou muito grato ao meu pai por ter nos tirado de lá, um barraco de 3 m x 5 de fundo, cheio de goteira, com dona Apolônia pondo algodão nos nossos ouvidos para dormir, por medo das "centospés", as lacraias.

Não havia banheiro em barraco algum, portanto pode-se imaginar onde se faziam as necessidades... "descarregadas" por todos numa ribanceira próxima, com "aquilo" descendo Morro dos Cabritos abaixo, até o asfalto. Lembro que num concurso de desenhos da Leite NINHO fiz um com 1 menino "usando a lata" para fazer "o número 2"... deve ter havido um espanto absoluto entre os jurados !

Do Morro há pouco o que contar: tive um "caso" meio secreto com uma vizinha casada e quase arruinei a vida dela pois, ao transar com sua amiga Rosa -- que viera para o aniversário da pequena filha da moça -- peguei um vírus que lhe transmiti e ela ao marido... sua casa virou um Inferno ! De meu irmão gêmeo pouco sei -- vivia na praia de Ipanema, quando não estava empregado -- e do mais velho quase nada, apenas que passava noites inteiras "na gandaia", jogando "Ronda" (espécie de 21 ou pôquer barato) com os amigos e todos êles indo trabalhar insones, óculos escuros para ocultar os olhos vermelhos. Naquela época a "malandragem" tinha emprego e Antônio Carlos acabou muito doente devido a essa vida boêmia.

Se bem pouco sei de meu pai, transportando minério de ferro de Minas Gerais para a usina de Volta Redonda por mais de 20 anos, quem dirá de minha mãe Apolônia, que virou "Maria" em documentos graças a "sandice" de "seu" João. Papai começou como ferroviário mas um acidente grave no pé quase o aleijou e acabou aposentado pela RFF - Rede Ferroviária Federal. Tio José, seu irmão mais novo, era maquinista, a função de meu pai nunca soube. Numa família de brancos, tio José era quase negro, traços fortes de caboclo e quase não visitava a irmã, nem no Natal. Talvez quem tiver acesso às certidões de nascimento de meu pai ou da tia Ana/Anita poderá enfim definir de que cidade vieram, entendendo-se que não tenham nascido em Rio Negro. Na Internet por muito tempo "boiou" propaganda que prometia levantar as raízes de qualquer família brasileira -- a partir dos livros da Imigração -- mas sempre acreditei que era golpe, trambique, já que o pagamento era adiantado. Em todo o caso, guardo há 10 anos o tal anúncio, ao lado de outro que "recriava" os símbolos medievais de cada clã, digo, sobrenome, TODOS de origem nobre, é claro. Os AZEVEDO seriam duques ou condes, deserdados e depauperados... e assim continuam séculos afora !

"NATO" AZEVEDO (em 5/abril 2018)

CONTINUA NA PARTE 2...

(OBS: as fotos estarão no FACEBOOK em 31/maio, no meu espaço lá. Confiram em... cincinato.palmasazevedo )