MISSIVAS?
São denominações dadas as antigas cartas!
Um hábito antigo cultivado pela maioria dos seres humanos.
Escrever uma carta para alguém que está longe aguardando notícias felizes ou tristes sempre emocionaram os dois lados da história; destinatário e remetente.
Em décadas passadas o meio mais rapido e preciso da comunicação eram através das "cartas", não existiam telefones, enviar uma carta dentro da mesma cidade levava uns 3 dias, se viesse de um outro estado uma semana, se fosse enviada da Europa ou outros países distantes no mínimo um mês para chegar ao seu destino.
As cartas chegavam e eram esperadas com ansiedade por todos, traziam notícias de quem estava longe, saudoso, contando as novidades encontradas aonde estivesse, depois de lidas e choradas erram amarradas em fitas coloridas se fossem das moças sonhadoras ou amarradas em barbantes, depois, eram guardadas com muito carinho em malas antigas e colocadas em cima do guarda roupas. Pelo menos na minha família era assim...Herdei do meu pai esse saudosismo literário em preservar algumas dessas cartas da família, por tantos anos guardadas por ele, cada amarrado de cartas guardavam saudades e muitas nostalgias descritas em suas emocionantes linhas...
Meu avô paterno, Amando Cardoso, era caixeiro viajante, representante de uma empresa inglesa afamada, pela casimira inglesa e tecidos finos para ternos e camisas masculinas...
missiva de 1907:
Exma. Srta.
Maria Izabel Cortez
Saudades profícua desse que te ama e quer ser teu para sempre.
Goiás - 1907
Amando Cardoso
Com essa saudação ele encerrava a carta enviada a minha avó Maria Izabel com todo carinho e lisura entre um casal de noivos, datada de 1907, quando ele viajou para Goiás, afim de abrir uma freguesia do seu produto na região. Nela ele menciona a derrubada das árvores, o esforço dos funcionários da Empresa Inglesa de Terraplanagem, para abrirem estradas, muita terra vermelha, muita lama muito mato a dificuldade dele de encontrar e falar com as pessoas certas , oferecendo a sua mercadoria. Mas, a sua garra e empenho em coroar de êxito o seu trabalho e uma noiva a sua espera, era toda a motivação que ele precisava, naquela lonjura no meio do nada...
Essa Empresa Inglesa possuía um escritório em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, ele era filiado aos dois e visitava os clientes nas principais capitais e suas cidades do interior.
Um detalhe;
Ele estava sempre trajado de terno , gravata e chapéu impecável em elegância, levava nas mãos sua bengala com uma cabeça de cachorro de prata, com a ajuda de um carregador uniformizado, levava mais duas malas com os tecidos finos... Haja pose e elegância, para exibir o seu produto embaixo de um sol escaldante! Afe! rss
Fico a imaginar como era dificuldade dele em desbravar as cidades, adentrar os estados brasileiros, para garantir a divulgação das "casimiras inglesas" em uma região rural e agrária ainda em formação. Mesmo assim, ele conseguiu clientes entre os fazendeiros e doutores da região.
Em um parágrafo ele menciona um Dr. William, engenheiro, todo orgulhoso se encantou em saber que as casimiras inglesas haviam chegado tão longe de casa e acabou comprando alguns cortes de tecidos.
Se não houvesse essa carta ninguém da familia saberia os detalhes dessa viagem.
Agora morando em um apto pequeno, desfiz das cartas e outras quinquilharias, a pedido dos meus filhos, tive que guardar as lembranças na memória...rss
São denominações dadas as antigas cartas!
Um hábito antigo cultivado pela maioria dos seres humanos.
Escrever uma carta para alguém que está longe aguardando notícias felizes ou tristes sempre emocionaram os dois lados da história; destinatário e remetente.
Em décadas passadas o meio mais rapido e preciso da comunicação eram através das "cartas", não existiam telefones, enviar uma carta dentro da mesma cidade levava uns 3 dias, se viesse de um outro estado uma semana, se fosse enviada da Europa ou outros países distantes no mínimo um mês para chegar ao seu destino.
As cartas chegavam e eram esperadas com ansiedade por todos, traziam notícias de quem estava longe, saudoso, contando as novidades encontradas aonde estivesse, depois de lidas e choradas erram amarradas em fitas coloridas se fossem das moças sonhadoras ou amarradas em barbantes, depois, eram guardadas com muito carinho em malas antigas e colocadas em cima do guarda roupas. Pelo menos na minha família era assim...Herdei do meu pai esse saudosismo literário em preservar algumas dessas cartas da família, por tantos anos guardadas por ele, cada amarrado de cartas guardavam saudades e muitas nostalgias descritas em suas emocionantes linhas...
Meu avô paterno, Amando Cardoso, era caixeiro viajante, representante de uma empresa inglesa afamada, pela casimira inglesa e tecidos finos para ternos e camisas masculinas...
missiva de 1907:
Exma. Srta.
Maria Izabel Cortez
Saudades profícua desse que te ama e quer ser teu para sempre.
Goiás - 1907
Amando Cardoso
Com essa saudação ele encerrava a carta enviada a minha avó Maria Izabel com todo carinho e lisura entre um casal de noivos, datada de 1907, quando ele viajou para Goiás, afim de abrir uma freguesia do seu produto na região. Nela ele menciona a derrubada das árvores, o esforço dos funcionários da Empresa Inglesa de Terraplanagem, para abrirem estradas, muita terra vermelha, muita lama muito mato a dificuldade dele de encontrar e falar com as pessoas certas , oferecendo a sua mercadoria. Mas, a sua garra e empenho em coroar de êxito o seu trabalho e uma noiva a sua espera, era toda a motivação que ele precisava, naquela lonjura no meio do nada...
Essa Empresa Inglesa possuía um escritório em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, ele era filiado aos dois e visitava os clientes nas principais capitais e suas cidades do interior.
Um detalhe;
Ele estava sempre trajado de terno , gravata e chapéu impecável em elegância, levava nas mãos sua bengala com uma cabeça de cachorro de prata, com a ajuda de um carregador uniformizado, levava mais duas malas com os tecidos finos... Haja pose e elegância, para exibir o seu produto embaixo de um sol escaldante! Afe! rss
Fico a imaginar como era dificuldade dele em desbravar as cidades, adentrar os estados brasileiros, para garantir a divulgação das "casimiras inglesas" em uma região rural e agrária ainda em formação. Mesmo assim, ele conseguiu clientes entre os fazendeiros e doutores da região.
Em um parágrafo ele menciona um Dr. William, engenheiro, todo orgulhoso se encantou em saber que as casimiras inglesas haviam chegado tão longe de casa e acabou comprando alguns cortes de tecidos.
Se não houvesse essa carta ninguém da familia saberia os detalhes dessa viagem.
Agora morando em um apto pequeno, desfiz das cartas e outras quinquilharias, a pedido dos meus filhos, tive que guardar as lembranças na memória...rss