É tempo de recomeço e esperança

Crônica de Agamenon, publicada no dia 15 de fevereiro de 2018 no jornal Correio de russas.

O carnaval passou e agora se inicia a Quaresma, que traz em sua Campanha da Fraternidade o tema: fraternidade e superação da violência, com o lema: vós sois todos irmãos, Evangelho de Mateus 23,8. Como é de se esperar, a igreja católica volta-se para situações existenciais do nosso povo. O desejo de que se tenha um mundo de paz e justiça sempre foi um alvo dos verdadeiros cristãos mundo afora. A Campanha da Fraternidade em pouco mais de meio século de existência, sempre bateu na tecla de um tema virtuoso e de um lema fervoroso para fazer despertar o engajamento dos seus paroquianos, e dos não convertidos, em união por um bem maior da sociedade. Relembremos alguns temas e lemas de campanhas anteriores e vejamos o quanto a igreja se preocupa com questões cruciais da dignidade humana.

Em 1966 o tema era: Fraternidade, e o lema: somos responsáveis uns pelos outros. Em 1968: doação, e o lema: crer com as mãos. Em 1970 o tema foi: participação, e o lema: ser cristão é participar. Em 72, serviço e vocação, com o lema descubra a felicidade de servir. Em 1975 o tema foi fraternidade é repartir, e o lema: repartir o pão. Em 1978: fraternidade no mundo do trabalho e o lema: trabalho e justiça para todos. E assim no decorrer de várias décadas, os bispos do Brasil tem escolhido algum tema voltado para o bem comum do nosso povo, desde questões locais como também para emigrantes como foi na campanha 1980, e saúde e fraternidade na campanha do ano seguinte. Por mais que se fale em questões de paz e justiça desde longínquos tempos, nunca é demais se voltar a insistir nesse tema, visto que a violência tem sido constante e crescente. Nas campanhas de 83 e 84 tivemos os lemas fraternidade sim, violência não, e para que todos tenham vida. Como o lema dos excluídos em 1995: eras tu, Senhor?! E em 96 fraternidade e política com o lema justiça e paz se abraçarão. E volta a se falar em desemprego na de 1999, na dignidade humana em 2000, a questão das drogas em 2001, nos povos indígenas em 2002, nos idosos em 2003, na água, fonte de vida em 2004, na segurança pública em 2009, em questões ambientais em 2011, o lema de 2012 dizia que a saúde se difunda sobre a terra, em tráfico humano em 2014. Voltou a falar em questões ambientais na do ano passado e voltou a atacar a violência na deste ano. Como se vê os temas se repetem, porque são relevantes ao extremo, e não aceitável que se viva com tanta violência, no pais com o maior número de católicos do mundo.

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 10/04/2018
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