No meio da noite gritos de mulher
Poderia ter sido uma noite tranquila como outra qualquer... Eram 23:06, eu havia concluído um trabalho para entregar na aula da manhã deste sábado. Apenas uma hora havia transcorrido desde que caí na cama e adormeci logo em seguida. Mas o sono e o silêncio foram interrompidos bruscamente. Um choro inconsolável, fortes gritos, na voz de uma mulher, foram ouvidos, num pedido de socorro que denunciava a aflição daquela dor no peito. Na residência ao lado uma mulher lamentava por haver sido espancada na rua, por seu companheiro, durante um momento de diversão junto a alguns amigos.
Bruna, que recentemente parecia estar feliz, também pelo fato de haver arranjado um novo trabalho, estava envergonhada, coração, alma e pele machucados. Percebi que ali se encontravam algum familiar e dois amigos. Também observei que o agressor havia se ausentado da cena, tentando evitar a prisão em flagrante. Alguém ligara para o 190.
Triste é saber que as agressões ou abusos não acontecem apenas uma vez... que maridos ou companheiros agressores não mudam..., e que muitas mulheres perdem o bem mais precioso: a vida, quando não reagem, tantas vezes, por diversos motivos.
Nunca julguemos mal uma mulher quando ela não consegue reagir. Por trás de uma mulher agredida há detalhes, recortes de história de vida que desconhecemos ou não temos capacidade para enxergar.
(Apenas o nome é fictício.)
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PS.: Lembrando que eu me encontrava em outra cidade.