JUÍZES ÀS PORTAS DE ISRAEL.

Deuteronômio 16.

“Instituição dos juízes.

"Estabelecereis juízes e magistrados a todas as portas que o Senhor, teu Deus, te tiver dado em cada uma de tuas tribos para que julguem o povo com justo juízo, sem se inclinarem para uma das partes. Não farás acepção de pessoas, nem receberás dádivas, porque as dádivas, cegam os olhos dos sábios, e transformam as palavras dos justos."

Deuteronômio.

"Direito Penal 17/8.

"Se vires que é difícil e ambíguo, o teu juízo entre sangue e sangue, entre causa e causa, e entre lepra e lepra; e vires que dentro de tuas portas são vários os pareceres de juízes, levanta-te, vai ao lugar que o senhor teu Deus tiver escolhido, e irás ter com os sacerdotes da linhagem de Levi e com o juiz, QUE NESSE TEMPO FOR, e consultá-los-ás e eles te indicarão A VERDADE DO JUÍZO.

E farás tudo que predisserem os que presidem no lugar que o SENHOR TIVER ESCOLHIDO E TUDO QUE ELES TE ENSINAREM SEGUNDO A SUA LEI. SEGUIRÁ O SEU PARECER, SEM DECLINARES NEM PARA A DIREITA NEM PARA A ESQUERDA. Aquele porém que, deixando se levar pela soberba, não quiser obedecer ao mandado do sacerdote, e nesse tempo for o Ministro do Senhor, seu Deus, nem ao DECRETO DO JUIZ, esse homem morrerá e tirarás o mal do meio de Israel."

Em aspas; Deuteronômio. Caixas altas minhas.

Deus é misericórdia, nós nada somos nem podemos julgar, só no chamamento institucional para que os valores preconizados pelas leis sagradas e LEI MORAL DE CRISTO sejam preservados.

Ele está onipresente vendo nosso arrependimento, SE EXISTE, que é passível de perdão por nossas faltas para voltar ao seu convívio, mas é preciso que haja arrependimento eficiente e eficaz, verdade, autêntica e fortalecida verdade.

Julgar não nos pertence e está escrito “não julgais para não serdes julgados”, essa Palavra de Cristo se dirige aos julgamentos coloquiais, entre os seres sociais em seus convívios sem danos diante de valores tutelados institucionalmente.

Misericórdia e perdão pertencem a quem nos mandou para viver nossa jornada, correta ou não. Se há julgamento institucional de homem para homem, é por chamamento de outra ordem, esse chamamento, esta convocação está nas Cartas de São Paulo, mas a verdadeira e derradeira misericórdia, o julgamento definitivo com perdão, inocentar por arrependimento por culpa reconhecida e formalizada na consciência, só Deus pode conceder.

Para tanto temos de estar ao seu lado, ao lado de Deus, nunca ser indiferente ao plano divino, NEGAR O DIREITO NATURAL, onde se instituem os juízes e as regras, e isso, só alcançaremos pelo real arrependimento e pela caridade, não sendo indiferentes aos nossos irmãos,verdadeiramente. É assim que encetamos, querendo, um novo caminho. O caminho de volta à verdade que se desenha entre o palpável certo e errado, visível a todos.

Ninguém deve ou quer ser algoz de ninguém, ninguém quer o sofrimento de seu próximo, por isso há uma ordem institucional, onde o mínimo deve ser observado, nos negócios principalmente públicos e privados, para que a balança dos pesos sociais possa mover-se.

Não se pede o máximo, se quer o mínimo, para que não chorem por liberdade efêmera aqueles que se desviaram. Essa efemeridade é meramente fugaz e ansiolítica nesses páramos transitórios que cursamos entre o bem e o mal.

E não festejem a cessação de prisões os profissionais, o que surge no manejo das regras, cassação eventual do cárcere, pois cárcere mais rigoroso virá, em outro plano, definitivo e alongado, é inexorável nos desvios que eclodem.

A misericórdia tem destinatários e o perdão é de todos, mas existem fronteiras terrenas. A lei.

Misericórdia de “cor, cordis”, coração, se dirige à miserabilidade de todas as roupagens. Em latim miséria é aflição. O miserável é aquele que nas esquinas da vida tem para si destinado o que há de pior, por isso trafega entre a paz já perdida e a consciência que faz chorar. Ela existe, e a qualquer momento se apresenta, ainda que no pior dos homens.

Não há paz sem justiça. E paz não haverá para quem sem consciência, violenta espaços inimagináveis em amplidão, com consequências sociais de monta.

Vivemos em comunhão social ainda que com todos os antagonismos existentes, é como se fosse um casamento coletivo, não podemos deixar de ser solidários ou ignorar o que ocorre a nossa volta, por egoísmo, conforto pessoal, não sermos incomodados, ou qualquer leviandade para com o ser humano nessa esteira da inconsciência pessoal, pois somos parte do convívio geral com a humanidade. Para todos e em particular para com quem temos obrigações, pela proximidade, devemos sempre ser solidários, minimamente. E a solidariedade coletiva é norma sempre esquecida,mas que obriga a todos, "erga omnes".

Ao valor de absoluto contrapõe-se o de relativo. Ao bem contrapõe-se o mal. Esse pêndulo cristalizou-se nos sistemas de filosofia de Kant, criticismo, de Comte, positivismo e no evolucionismo de Spencer.

Os fins justificam os meios? Embora não haja essa frase em Maquiavel, "O Príncipe" sintetizou o caminho para um governante se manter no poder numa Europa fragmentada e violenta. Maquiavel definiu como servir ao Príncipe. Para o desumano, egoísta, os fins justificam os meios.

Há um eixo operacional a que todos deviam se curvar nas indagações valorativas. O mal não é necessário! Mesmo que se pense interessadamente, e por vaidade e soberba, fazer o bem. A máxima, o pregão que atravessa os tempos, sem censuras, nos vem do tomismo, do venerável gênio aquiniano de São Tomás de Aquino, o filósofo dos filósofos.

A condenação dos egoístas, seus calvários, são como pontes que nunca chegam a nada, não havendo arrependimento, perdem-se na amplidão da recusa de revelar faltas, dividem-se na ausência da solidariedade, apagam-se na incerteza que faz a origem da caminhada, por falta de luz.

O ordenamento de Deus para as Portas de Israel assenta o marco definitivo do respeito que se deve à Justiça Institucional.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 07/04/2018
Reeditado em 12/04/2018
Código do texto: T6302120
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