Lembranças

Folheava o Facebook. De repente parei numa página de publicidade da Marinha do Brasil. Estava sendo utilizada para divulgar a pré-campanha do capitão Jair Bolsonaro. Bom, quanto a esse aspecto, não interessa.

Estou escrevendo este texto para dizer-lhe da imensa emoção que senti ao ouvir a marcha militar (dobrado) “Cisne Branco”, o hino da Marinha do Brasil, e as imagens de navios em formação de esquadra e corvetas isoladas singrando os mares no patrulhamento da nossa costa.

Havia, igualmente, imagens dos exercícios de desembarque de fuzileiros navais, que se transpassavam de navios para lanchas anfíbias, descendo todos apetrechados, inclusive com fuzil e munição, por escadas de corda. O desembarque ocorria nas praias, tal qual ocorreu, já no final da Segunda Guerra Mundial, nas costas da Normandia no fatídico dia “D”.

Lembro-me de um treinamento de desembarque ocorrido na baía de Paraty, região da costa verde. Depois, seguimos em caminhada até Itacuruçá (RJ), onde encerramos com um churrasco no Iate Clube.

Procurei me transportar para esse tempo de juventude.

Servi no Grupamento de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro, na Ilha das Cobras. Não tem cobras e está localizada no centro da cidade maravilhosa. Separada do continente por uma ponte de pouco mais de cem metros e que dá acesso para o complexo que compõe o Comando do Primeiro Distrito Naval, na rua Primeiro de Março.

Ao final do expediente, após transpor os portões do quartel, seguíamos para trocar de roupa (trocar a farda pela roupa civil) nos armários que alugávamos na rua Dom Gerardo. Quando vestíamos a roupa civil, nosso espírito se iluminava envolto numa imensa sensação de liberdade.

Naquela época do início dos anos 70, a Lapa era morta. À noite, a praça Mauá, na zona portuária e imediações, era a atração. Boates circundavam a praça. Era o círculo do prazer. E todos conheciam de cor e salteado o nome das boates: Viking, Dom Jardel, Escandinávia, Bar Ita (vendia cerveja Sagres), Mister John (subsolo), Cowboy (com aquela porta estilizada “vai-e-volta”, típica dos cenários dos filmes do Far West), Red River (av. Rio Branco c/ rua Visconde de Inhaúma), Capela etc.

Boa parte do nosso soldo ficava naquela praça.

DJAHY LIMA
Enviado por DJAHY LIMA em 06/04/2018
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