Tarde em Família
 
a  TARDE deste verão escancarou o relicário de meus santos...
arrancou, com  o cheiro peculiar, aqueles que habitavam o pomar...
meu pai queimando a palha de milho e alho
plantados  entre abacateiro, ameixeira, amoreira, limeira...
-  eternizarei  sempre  a  AMEIXEIRA  em  palavras  gritadas  com  caixa  alta  à moda  de  tambores  primitivos   -
meus irmãos  adolescentes  empinavam pipas...
eu, chorão,
raia linda em losango com barbatanas longas
para lhe dar equilíbrio...
aos arrancos eu o
punha ao céu
(o punho doía)
e
ele esvoaçava barulhento...
 
Anoitecia. 
Liquidificávamos  abacate com leite na preciosidade ARNO,
imponente reinava no tager.
Bebíamos o líquido com o odor
de suores masculinos,
prontos para  cumprirmos a ordem:
- Crescei e multiplicai-vos!
 
Os hormônios fizeram o resto,
o  olho brilha:
criamos famílias chamando
o desejo sexual
de
Amor.
 
Sem mais fases taurinas envelhecemos vendo nossos frutos seguindo a mesma trilha.

Enterramos no jazigo familiar o patriarca.

 
 
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 21/03/2018
Caderno da Senectude
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reservados e protegidos.
L.L..
 
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Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 06/04/2018
Reeditado em 06/04/2018
Código do texto: T6301257
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