Crônica para Brasília
Brasília
Brasília, cidade das belas formas, de sons e encantos diversos. Não é a mais bonita, nem a mais importante por conta do congresso. És bela sim, de forma arquiteta, como ninfa de deus grego, de flores de concreto. Teu lago doce e puro, sob um céu azul discreto. Tens a água mineral e um parque a céu aberto. Brasília das cantigas, de bois de Teodoro, de tanto sons herméticos, do reggae de Renato, ao jazz de Vasconcelos. Do samba ainda menino, do rock do porão aos blocos do asfalto. Brasília da política, dos donos do planalto, das CPIs, das pizzas, dos sábios Collors e tolos Jéfersons. É tua vocação, vencer as turbulências, cortar na própria carne os males-desafetos. Assim serás madura, à custa dos teus braços. Quem vem da ditadura, por certo sabe bem, que a um povo pacífico a liberdade vem. Diretas de Tancredo à lula no poder, o teu dever de casa honrastes ao fazer. Portanto, não é cedo pra que possas sonhar, que um filho teu almeje teu povo governar. Com a vitória em e punho, em breve subirá, um filho teu à rampa da vitória ao som da música glória cantando o verso teu. Será de sobradinho, Ceilândia ou do Guará? Por certo um candango, virá da tua madre, dará exemplo ao mundo e ao resto do país, que espera do teu cerne um som pra ser feliz. Brasília da savana, do fogo no verão, Brasília dos pedestres que acenam com a mão, ao bom desconhecido que pára em prontidão. Brasília mar sem praia, das noites no pontão. Um caminhar no parque, à torre, a diversão; lazer do homem simples, espaço aberto à mão. Ao jovem vista plana, um salto à direção. Brasília mulher jovem, senhora da razão. Aqui tudo é perfeito aos olhos do cristão. Falar de ti enfuna qualquer poeta vão.
Evan do Carmo