A SENHORA DOS GATOS
Quando funcionário do BB em Promissão, gostava de pescar com o colega Zé Pereira lá no rio Feio, de Gurupá. Bons quilômetros de terra batida.
Certa tarde de domingo caiu boa chuva e escureceu depressa. Como não tínhamos pescado nada, ficamos mais algumas horas.
Ao tentar regressar, em plena escuridão, percebemos que estávamos perdidos. Por sorte, avistamos luzes e fomos chegando. Era casa de tábua em plena mata. Avistamos então dezenas de gatos em frente da casa, de todas cores e tamanhos. Moradora idosa veio atender-nos e convidou a gente a entrar. Morava sozinha. Quando necessitava algo da cidade, pedia ao motorista da jardineira que passava não muito distante. No interior eram gatos por todo lado: em cima da mesa, do sofá. A senhora gosta de gatos, não? Venha até aqui e levou-nos para a sala contígua, onde havia duas enormes geladeiras. Abriu uma delas: estava lotada de gatos em sacos plásticos e congelados.
Semana após, munido de máquina fotográfica, procuramos chegar a casa dos gatos. Inúmeras tentativas foram inúteis. Indagava a respeito, ninguém sabia nada. Só diziam que nas noites enluaradas ouviam-se miados na mata cerrada e inúmeros pontos brilhantes piscando...