IGUAL-DESIGUAL
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Consta que nem sempre grandes pensadores foram grandes gestores da própria emoção: Einstein, Franz Kafka, Freud, Gandhi, Kant, Schopenhauer... Da mesma forma, artistas famosos, cientistas, educadores e religiosos, psicólogos, psiquiatras. Mulheres também. Cada pessoa aporrinha do seu jeito.
Fenômenos físicos são previsíveis. “Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa. / Ninguém é igual a ninguém. / Todo o ser humano é um estranho ímpar”, verseja Carlos Drummond de Andrade, em Igual-Desigual. Onde e quando tudo pode ser igual, menos a gente, desigual. Na enorme biblioteca do mundo, cada pessoa é um livro de um único exemplar. Livro bem ou mal escrito. Policial, romance, drama, tragédia, comédia, religião, ciências. Não há duas pessoas que tenham o mesmo timbre de voz, a mesma letra, o mesmo ID. Com relação a essa realidade, mesmo os gêmeos monozigóticos, univitelinos, apresentam diferenças, apesar de terem o mesmo DNA. A começar pelas digitais.
Segundo um dito popular, para a gente conhecer bem uma pessoa, só ficando com ela o tempo que dura, em casa, um quilo de sal casa. Isto é, leva tempo, pois o sal dura muito. Principalmente hoje em dia, com a redução do sal na comida e a versatilidade casa/descasa. Sem dúvida, a confiança mútua é uma conquista. E que proporciona compartilhar sonhos, medos, alegria, dificuldades, expectativas. Segurança, sobretudo.
Varia, de pessoa para pessoa, a concepção de mundo, do ser humano, da natureza, de Deus, do casamento, do trabalho, da moral. Tudo se dá na base do processo de ensaio e erro, acertos e desacertos, esperanças, fé ou descrença, frustrações, sonhos, vontade de vencer, vontade de viver, exercícios de autocontrole.
“Conhece-te ti mesmo” é a grande referência socrática. Para os que creem, sentir o dedo de Deus com entusiasmo, palavra que significa “Deus dentro de nós”. Os pessimistas acham que o vento geme, os otimistas, que ele canta...