Ele ouviu falar tanto que as pessoas devem fazer aos outros aquilo que elas gostariam que se fizesse a elas, que resolveu seguir esse conselho para ver no que ia dar. Um dia chegou em casa com um enorme sorriso nos lábios e um brilho extraordinário no olhar. Alguém poderia pensar que ele ganhara uma megasena.
Chamou a mulher e os filhos e disse a eles, com a maior das alegrias: ― Pessoal, eu estive pensando. A vida toda eu quis fazer uma viagem para o Pantanal de Mato Grosso. Vocês sabem. A minha maior alegria é pescar. Adoro ficar na beira do rio, pescando. Aquela calma, os passarinhos cantando à nossa volta, o barulho das águas correndo e a emoção de puxar o bichinho para fora do rio. Não é uma boa? Vocês podem pensar numa maneira melhor de descansar?
A mulher e os dois filhos olharam para ele sem entender. Ele continuou. ─ Sabem o que é isto? ─ perguntou ele, tirando da pasta um envelope. ─São passagens. Já que vamos entrar em férias na semana que vem, eu passei na agência de viagens e comprei um pacote para duas semanas no Pantanal. Já pensaram? Duas semanas tranquilas no meio do mato, sem televisão, sem celulares, sem watssaps, sem luz elétrica, sem barulho, sem congestionamentos, tomando banho de cachoeira, comendo comida natural, tirada da própria horta? Ah! É uma visita ao paraíso!
A mulher e os filhos se entreolharam como se não estivessem entendendo “bulhufas”. Passado alguns segundos, que pareceram horas, o mais velho falou: ― Mas pai, nós não íamos para a praia nas férias? Já não estava tudo certo? Por que agora essa mudança? Eu não quero ir pescar. Eu odeio pescaria. Você está cansado de saber disso. Sempre quis me levar para essas porcarias de pesqueiros que você frequenta e eu nunca fui. Isso não “tá” com nada.
―Mas filho, pescar é o melhor divertimento do mundo.
― Só se for para você. Para mim é a pior chatice.
O filho mais novo emendou. ― É isso mesmo, pai. E quem disse para você que eu quero passar duas semanas no meio do mato, sem luz, sem água quente, sem meu Ipod, sem televisão? Como é que eu vou jogar vídeo game? Como é que vou trocar e-mails e twitters com meus amigos? E quem falou que eu gosto de nadar em cachoeira, naquela água fria. “Cê pirou”, pai?
―Puxa vida! Só estou querendo dar para vocês justamente aquilo que eu gostaria que alguém desse para mim. Vocês são uns ingratos ― disse o pai.
E então, a mulher que não falara nada até momento disse: ― Sem falar na minha novela. Agora que ela está chegando na melhor parte, você acha que eu quero perder isso? Quem falou para você que nós queremos ir para esse tal de Pantanal? Quem falou para você que nós gostamos de pescar? Quem disse que nós queremos passar duas semanas ouvindo o canto dos passarinhos e tomando banho de cachoeira?
― Caramba, gente ! Eu só quero o melhor para vocês. Eu estou fazendo para vocês tudo aquilo que eu sempre desejei para mim mesmo. Não é o que a Bíblia diz: fazei pelo próximo aquilo que gostaríamos que o próximo fizesse por nós? Pois eu ia morrer de felicidade se alguém me levasse para passar uns dias no Pantanal.
― Porque você gosta pensa que todo mundo gosta ―, disse o filho mais novo.
― Eu quero ir para a praia ―, gritou o mais velho.
― Você é um tremendo egoísta que só pensa em si mesmo―, sentenciou a mulher.
O sujeito saiu de casa com a cabeça zumbindo como uma casa de marimbondos. Foi imediatamente até a agência de viagens e cancelou o pacote para o Pantanal. Quando a moça da agência lhe perguntou o motivo do cancelamento, ele respondeu, filosoficamente:
― O cara que disse que nós devemos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem conosco não sabia nada sobre as pessoas. Ele não sabia que as pessoas são diferentes e cada um tem os seus próprios desejos. E que a melhor sabedoria é ajudar as pessoas a serem felizes, cada um do seu próprio jeito.
Agora, quando alguém lhe diz que algo é certo ou errado, bom ou ruim, imediatamente ele pergunta: ― Para quem, cara pálida?
Chamou a mulher e os filhos e disse a eles, com a maior das alegrias: ― Pessoal, eu estive pensando. A vida toda eu quis fazer uma viagem para o Pantanal de Mato Grosso. Vocês sabem. A minha maior alegria é pescar. Adoro ficar na beira do rio, pescando. Aquela calma, os passarinhos cantando à nossa volta, o barulho das águas correndo e a emoção de puxar o bichinho para fora do rio. Não é uma boa? Vocês podem pensar numa maneira melhor de descansar?
A mulher e os dois filhos olharam para ele sem entender. Ele continuou. ─ Sabem o que é isto? ─ perguntou ele, tirando da pasta um envelope. ─São passagens. Já que vamos entrar em férias na semana que vem, eu passei na agência de viagens e comprei um pacote para duas semanas no Pantanal. Já pensaram? Duas semanas tranquilas no meio do mato, sem televisão, sem celulares, sem watssaps, sem luz elétrica, sem barulho, sem congestionamentos, tomando banho de cachoeira, comendo comida natural, tirada da própria horta? Ah! É uma visita ao paraíso!
A mulher e os filhos se entreolharam como se não estivessem entendendo “bulhufas”. Passado alguns segundos, que pareceram horas, o mais velho falou: ― Mas pai, nós não íamos para a praia nas férias? Já não estava tudo certo? Por que agora essa mudança? Eu não quero ir pescar. Eu odeio pescaria. Você está cansado de saber disso. Sempre quis me levar para essas porcarias de pesqueiros que você frequenta e eu nunca fui. Isso não “tá” com nada.
―Mas filho, pescar é o melhor divertimento do mundo.
― Só se for para você. Para mim é a pior chatice.
O filho mais novo emendou. ― É isso mesmo, pai. E quem disse para você que eu quero passar duas semanas no meio do mato, sem luz, sem água quente, sem meu Ipod, sem televisão? Como é que eu vou jogar vídeo game? Como é que vou trocar e-mails e twitters com meus amigos? E quem falou que eu gosto de nadar em cachoeira, naquela água fria. “Cê pirou”, pai?
―Puxa vida! Só estou querendo dar para vocês justamente aquilo que eu gostaria que alguém desse para mim. Vocês são uns ingratos ― disse o pai.
E então, a mulher que não falara nada até momento disse: ― Sem falar na minha novela. Agora que ela está chegando na melhor parte, você acha que eu quero perder isso? Quem falou para você que nós queremos ir para esse tal de Pantanal? Quem falou para você que nós gostamos de pescar? Quem disse que nós queremos passar duas semanas ouvindo o canto dos passarinhos e tomando banho de cachoeira?
― Caramba, gente ! Eu só quero o melhor para vocês. Eu estou fazendo para vocês tudo aquilo que eu sempre desejei para mim mesmo. Não é o que a Bíblia diz: fazei pelo próximo aquilo que gostaríamos que o próximo fizesse por nós? Pois eu ia morrer de felicidade se alguém me levasse para passar uns dias no Pantanal.
― Porque você gosta pensa que todo mundo gosta ―, disse o filho mais novo.
― Eu quero ir para a praia ―, gritou o mais velho.
― Você é um tremendo egoísta que só pensa em si mesmo―, sentenciou a mulher.
O sujeito saiu de casa com a cabeça zumbindo como uma casa de marimbondos. Foi imediatamente até a agência de viagens e cancelou o pacote para o Pantanal. Quando a moça da agência lhe perguntou o motivo do cancelamento, ele respondeu, filosoficamente:
― O cara que disse que nós devemos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem conosco não sabia nada sobre as pessoas. Ele não sabia que as pessoas são diferentes e cada um tem os seus próprios desejos. E que a melhor sabedoria é ajudar as pessoas a serem felizes, cada um do seu próprio jeito.
Agora, quando alguém lhe diz que algo é certo ou errado, bom ou ruim, imediatamente ele pergunta: ― Para quem, cara pálida?