A Sogra - Reminiscências - 18040201
Lá pelos idos de 1990, um cidadão chegou ao meu trabalho num Opala, e me solicitou um serviço de reparo, no transceptor que ele usava no carro.
Disse-me que ainda precisava viajar para Porto Alegre, e que viera apenas, buscar a sogra dele na minha cidade.
Constatei na parte de cima, do porta malas do carro, um acoplador de impedâncias, na sequência do cabo coaxial, e precisava ser retirado, para realizar as medições.
Então me deitei ao lado de um saco de cimento, que continha alguma coisa mais leve, pois para me movimentar, naquele pequeno espaço, constantemente precisava afastá-lo da minha cabeça.
O Serviço durou em torno de meia hora, e antes de sair ele me disse:
- Estou aqui com a minha sogra, e preciso chegar a Porto Alegre, no início da tarde.
Olhei novamente dentro do carro, e não havia ninguém.
Então lhe perguntei: Onde o Senhor vai pegar a sua sogra?
- Já está aqui comigo.
- Vim retirá-la do Cemitério Municipal, para colocá-la num túmulo em Porto Alegre.
Quer vê-la?
Então abriu o saco de cimento, e me mostrou os ossos da sogra.
Estivemos deitados, cara a cara durante meia hora.
Pior que o preço do serviço, eu já tinha dado, antes de saber o conteúdo do saco.
Acioly Netto - www.guiadiscover.com