A demência como forma de governo
Os governos totalitários, sejam “de esquerda” ou “de direita”, têm em comum o sintoma de demência de seus responsáveis.
Quase sempre a paranóia desses governantes ultrapassa a fronteira de seus países, afeta os vizinhos e até o Planeta inteiro.
Tivemos um exemplo disso na Alemanha de Adolf Hitler e atualmente temos a Coréia do Norte e a Venezuela.
Para nós a situação da Venezuela é mais significativa, porque o Brasil, além da Colômbia, está sendo diretamente afetado.
Hugo Chávez assumiu o (des)governo da Venezuela em 1999. Ele se dizia a reencarnação de Simón Bolívar, talvez por isso tenha achado por bem elevar (ou rebaixar) o libertador à condição de socialista, apesar de Bolívar ter morrido 40 anos da publicação do livro O Capital de Karl Marx.
Aliás, os “marxistas” têm uma necessidade intestinal de constantemente mostrar o Socialismo como o maior bem da Humanidade e talvez por isso, Chávez não hesitou também em citar Jesus Cristo como discípulo de Karl Marx. Teria sido menos ilógico dizer que o Mestre foi discípulo de Antístenes, o cínico.
Sendo o próprio Simón Bolívar e assumindo a presidência de um país cuja riqueza literalmente brota do solo, Hugo Chávez deve ter se sentido um rei das Américas e passou a distribuir a riqueza da Venezuela, não só para seu próprio povo como também para outros países com o objetivo de ampliar a revolução bolivariana. Cuba foi a maior beneficiada pelos delírios do alucinado, chegando a receber uma mesada equivalente a 20% de seu PIB.
Fidel Castro, o raposão, deve ter dado boas gargalhadas em homenagem ao seu amigo idiota.
Chávez também colaborou com o caixa de campanha de candidatos presidenciais como Cristina Kirchner, na Argentina, Evo Morales, na Bolívia, e Daniel Ortega, na Nicarágua.
Uma das demonstrações de amor de Chávez por seu povo, foi a compra em 2006 de vinte e quatro caças e trinta helicópteros russos para proteger a Venezuela de seus “inimigos”. Seis anos depois, dezoito aviões estavam sem condição de uso por falta de peças de reposição. Como parte dessa preocupação, foram adquiridos também cem mil fuzis AK-47 para armar as milícias bolivarianas, protetoras da revolução.
Em 2007, Hugo Chávez nacionalizou o setor de energia, o que levou à deterioração dos serviços de geração e transmissão. De lá para cá, a Venezuela vem sofrendo apagões sucessivos.
Em 2013 aconteceu um apagão que deixou metade dos 24 estados venezuelanos sem energia. Caracas ficou sem trem e metrô. Mas Maduro resolveu o problema rapidamente com as palavras mágicas “sabotagem da extrema-direita”.
Aliás, na versão dos bolivarianos, inclusive os brasileiros, desde que Hugo Chávez assumiu a presidência em 1999, a extrema-direita vem sabotando todas as boas ações dos eficientes governos progressistas, o que levou a Venezuela a se tornar uma Somália da América do Sul, apesar de seu potencial para ser uma Suissa americana.
Em maio de 2014 o governo anunciou um plano de racionamento em Caracas que deixava parte dos seis milhões de habitantes sem acesso à água por até três dias por semana. O plano de emergência foi necessário para contornar a severa seca que o país enfrentava. No entanto, o governo omitiu que nenhum reservatório foi construído durante os 15 anos da administração Chávez.
Mas, não só de críticas negativas vive o Homem. Maduro teve seu mérito. Conseguiu que ele mesmo, trinta e um ministros, uma centena de vice-ministros, dois mil generais e mais de cem mil funcionários que fazem parte da folha de pagamento do Gabinete da Presidência da República, fossem blindados do apocalipse venezuelano. Para esses, sem dúvida a tão falada crise não passa de um plano maléfico dos inimigos da “Revolução do Século XXI”.