As Copas em Minha Vida (V)
No capítulo anterior publicado á quatro anos atrás pelo Diário Popular, jornal da cidade de Pelotas, tinha dito que eu teria uma grande conquista que mudou minha vida.
Esta conquista foi a aprovação no vestibular da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas) para o curso de História em 1997 tudo graças a bendita velocidade escalar média que impediu-me de zerar em Física.
Agora eu ingressaria para a Faculdade de História em 1998, ano de mais uma Copa do Mundo.
Contudo, havia sido declarada uma greve que durou três meses, tempo mais do que suficiente para acompanhar a Copa da França.
O Brasil era o franco favorito pra vencer aquela Copa, mas percebia que o time não era coeso como em 1994 e parecia, por vezes, ser confiante e desunido demais, com pressões aqui e ali.
E isso era nítido. A cada partida dessa Copa, embora o time conseguisse de uma maneira ou de outra avançar as fases seguintes não sem perder de forma inexplicável pra Noruega por 2 x 1, notava que o time não ganharia o título de maneira alguma.
Ainda assim, o time conseguiu chegar a final depois de passar pela Dinamarca em um jogo dramático nas quartas-de-final e pela Holanda nas semifinais depois de uma disputa de pênaltis onde Taffarel pegou duas cobranças.
Do outro lado, tinha a França que chegou a final aos trancos e barrancos, é verdade, mas com uma vontade imensa de ser campeão e fazer o povo francês muito feliz pelo titulo inédito.
Até aí, todos acreditavam que o Brasil seria pentacampeão. Lembro-me que tínhamos tudo preparado pra assistir o jogo mesmo com a casa em reformas.
O jogo começou e ali percebi claramente que o desfecho seria outro.
Um time brioso e pegador contra um time apático e abalado mentalmente pelo tal piripaque do Ronaldo só podia dar apenas um resultado.
A vitória do time brioso e pegador, no caso a França.
Os 3 x 0 foi até pouco para a França com Zidane fazendo o diabo naquela partida marcando dois gols, um deles de cabeça.
E quando Petit marcou o terceiro gol dando o título para a França, eu saí da sala e resolvi preparar meus materiais da faculdade para o retorno ás aulas que ocorreria na segunda-feira seguinte.
No fim das contas, a França merecia mesmo esse título pela boa campanha que havia feito com seu sistema defensivo sendo o melhor de todos os participantes.
Quanto a mim, seguiria minha vida nos próximos quatro anos tentando me formar e esperando ansiosamente pela Copa de 2002.
E esperando que o final seja bem diferente.