HOSPITAL BRASILEIRO

Evandro é meu amigo, pessoa simples, trabalhador, vive só, tem uns 50 anos, mais como é magro e trabalha pesado não aparenta tanta idade. Semana passada ele sentiu uma forte dor na barriga, por ali do lado do fígado, foi para um hospital público e sofreu muito. Ele falou pra mim que tinha três médicos, um deles perguntou pra ele....

-- o que você tem?

-- ora doutor, se eu soubesse eu não tinha vindo pra cá

O médico passou um exame de sangue.

Lá no laboratório uma enfermeira tirou o sangue, colocou no recipiente e jogou em cima de uma ruma de sangue, por quanto a atendente do laboratório falava no celular. Evandro volta pro quarto, com as mesmas dores e toma buscopam. No outro dia, com fome e sede, chega outro médico e pede exame de sangue, constatando que não tinham sido feito o exame de ontem. Tinha se perdido no laboratório. Desse pequeno relato, tiro minhas conclusões, as quais eu já desconfiava. Ai são elas:

1)Embora o sistema de saúde pública seja precário na nossa nação, ele existe.

2) Em existindo ele é totalmente desinteressado em fazer o mínimo necessário.

3) Médicos do sistema público acham que estão fazendo favores ao público e não dão à menor atenção

4) Os funcionários acompanham os médicos no péssimo atendimento.

5) Para ser atendido com o minimo necessário é preciso ter um pistolão dentro ou fora do hospital, como um político qualquer.

6) O ser humano não é tratado como tal nos hospitais públicos

7) A morte é banal no sistema público.

8),Quando se tem um hospital bom no sistema público, como é o caso do hospital do coração em messejana, tem que ter um canhão e não um pistolão, para ser feito uma internação, ou então você infartar.

UPAS E hospitais de atendimento ao pobre só passa buscopam e pronto. Seja o que Deus quiser.

Evandro foi embora para casa sem ao menos saber o que tinha, continua com as mesmas dores adnominais e com torturas. Ele saiu de manhã, a assistente social falou que ele estava de alta. E que no prontuário o medico colocou o seguinte diagnóstico :

M E L H O R O U

De quê, pergunta ele pra mim puto.