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“Deixai toda a esperança, oh vós que entrais”
Dante
O inferno existe
A ideia de “bem” e “mal” é tão antiga quanto a própria existência humana. Segundo a bíblia, Caim seria o exemplo do mal após a perda do Paraíso, mas, pode-se encontrar tal ideia em praticamente todos os escritos antigos, variando conforme a região e crença de cada povo.
Contudo, nada representa melhor essa dualidade que a ideia do “céu” e “inferno” católicos, no qual, o Céu seria um lugar bom, destinado aos justos, e o Inferno um lugar ruim, para os que fazem maldade. Essa ideia, porém, sempre me foi questionável, pois como era possível alguém viver uns 70 anos e ter que pagar por isso pela eternidade ou ainda, quem define o que é bom e mau? E, Cadê a proporcionalidade da pena?
Porém, são questionamentos internos de cada um, pois nunca foi permitido questionar essa existência, significando falta de fé ou um atentado contra o Espirito Santo, dogma é dogma aceita-se e pronto.
E assim, a humanidade teve por longo tempo como um de seus valores sólidos essa ideia de Céu e Inferno bem arraigada. Ela se fez presente na religião, família, escola e nas artes. Os livros infantis reforçavam-na: havia o personagem do mal e do bem, e sempre no final, vinha o castigo e as recompensas.
Mas, tudo que era sólido se tornou líquido, como descreveu Bauhman e foi preciso reinventar outra forma de encarar nossa existência no universo. O ser humano em sua multiplicidade já não cabia nesse conceito hermeticamente fechado de “bom” e “mau”, foi preciso uma mudança de concepção para adequar-se à noção de que Deus é amor.
A arte tem dado mostras dessa mudança ao readaptar filmes com finais diferentes, bem como novelas em que a personagem do “mal” não é castigada no final da trama. No Brasil, tivemos a "Clara", personagem de Mariana Ximenes que não teve um castigo no final da novela.
No filme Malévola, com Angelina Joli, também houve readaptação da história original. Nele, é possível entender os traços de maldade da personagem não mais como algo absoluto, mas condicionado pelo ambiente e circunstâncias vividas, ali fica claro que ninguém é só bondade ou maldade. Passou-se a adentrar no perfil psicológico dos personagens buscando compreender suas atitudes, pois os humanos não são deuses, são seres complexos que não se enquadram em nenhuma categoria fechada.
Recentemente, o Papa Francisco teria dito que o Inferno não existe. Alto lá! Entenderam tudo errado, a Cúria Católica veio logo desmentir essa história. O inferno é um dos pilares da religião, é preciso que exista, para justificar a própria existência da igreja como salvadora de almas. Servir a Deus por amor é mais difícil que servir por temor, isso põe em “xeque” as bases da fé.
Mas, seria possível se criar outra base para a fé católica sem a ideia de inferno? Claro que sim, temos outras religiões que não pregam a existência do inferno. Eu até gosto dessa ideia de “fogo eterno”, pessoas dançando sobre brasas ou chapa quente e os "capetinhas" com tridentes em volta; a arte perderia muito sem ela.
O Papa sabe que o Inferno, nesses moldes, não existe,mas não é o momento para desconstrui-lo, é preciso primeiro criar algo para substitui-lo, só depois ele não mais existirá. Por enquanto, ele deve ficar intacto, queimando para sempre.
Entretanto, eu prefiro a ideia de Dante, para ele Inferno é a “falta de esperança”, esse é o inferno que me amedronta, é o “Meu Inferno”. Infelizmente, não se criou a ideia de um “Céu” tão atraente como a do Inferno, geralmente, são pessoas num lugar verde, cheio de flores, animais e crianças.
Sinceramente, a ideia de inferno parece-me mais aceitável que a de céu. O Inferno foi muito bem trabalhado e introjetado em nossas mentes, praticamente todos sabem como é lá (caldeiras, diabos, chamas, tridentes). Quando se pergunta a alguém o que vai fazer no Céu cada um parece ter seu próprio “céu” e a maioria diz que vai “voar”, eu ainda não me decidi se serei anjo ou pássaro, pois não sei como guardar as asas, mas no “Meu Céu” não haverá cobras! Já chega de comer o pão que o diabo amassou!
Contudo, nada representa melhor essa dualidade que a ideia do “céu” e “inferno” católicos, no qual, o Céu seria um lugar bom, destinado aos justos, e o Inferno um lugar ruim, para os que fazem maldade. Essa ideia, porém, sempre me foi questionável, pois como era possível alguém viver uns 70 anos e ter que pagar por isso pela eternidade ou ainda, quem define o que é bom e mau? E, Cadê a proporcionalidade da pena?
Porém, são questionamentos internos de cada um, pois nunca foi permitido questionar essa existência, significando falta de fé ou um atentado contra o Espirito Santo, dogma é dogma aceita-se e pronto.
E assim, a humanidade teve por longo tempo como um de seus valores sólidos essa ideia de Céu e Inferno bem arraigada. Ela se fez presente na religião, família, escola e nas artes. Os livros infantis reforçavam-na: havia o personagem do mal e do bem, e sempre no final, vinha o castigo e as recompensas.
Mas, tudo que era sólido se tornou líquido, como descreveu Bauhman e foi preciso reinventar outra forma de encarar nossa existência no universo. O ser humano em sua multiplicidade já não cabia nesse conceito hermeticamente fechado de “bom” e “mau”, foi preciso uma mudança de concepção para adequar-se à noção de que Deus é amor.
A arte tem dado mostras dessa mudança ao readaptar filmes com finais diferentes, bem como novelas em que a personagem do “mal” não é castigada no final da trama. No Brasil, tivemos a "Clara", personagem de Mariana Ximenes que não teve um castigo no final da novela.
No filme Malévola, com Angelina Joli, também houve readaptação da história original. Nele, é possível entender os traços de maldade da personagem não mais como algo absoluto, mas condicionado pelo ambiente e circunstâncias vividas, ali fica claro que ninguém é só bondade ou maldade. Passou-se a adentrar no perfil psicológico dos personagens buscando compreender suas atitudes, pois os humanos não são deuses, são seres complexos que não se enquadram em nenhuma categoria fechada.
Recentemente, o Papa Francisco teria dito que o Inferno não existe. Alto lá! Entenderam tudo errado, a Cúria Católica veio logo desmentir essa história. O inferno é um dos pilares da religião, é preciso que exista, para justificar a própria existência da igreja como salvadora de almas. Servir a Deus por amor é mais difícil que servir por temor, isso põe em “xeque” as bases da fé.
Mas, seria possível se criar outra base para a fé católica sem a ideia de inferno? Claro que sim, temos outras religiões que não pregam a existência do inferno. Eu até gosto dessa ideia de “fogo eterno”, pessoas dançando sobre brasas ou chapa quente e os "capetinhas" com tridentes em volta; a arte perderia muito sem ela.
O Papa sabe que o Inferno, nesses moldes, não existe,mas não é o momento para desconstrui-lo, é preciso primeiro criar algo para substitui-lo, só depois ele não mais existirá. Por enquanto, ele deve ficar intacto, queimando para sempre.
Entretanto, eu prefiro a ideia de Dante, para ele Inferno é a “falta de esperança”, esse é o inferno que me amedronta, é o “Meu Inferno”. Infelizmente, não se criou a ideia de um “Céu” tão atraente como a do Inferno, geralmente, são pessoas num lugar verde, cheio de flores, animais e crianças.
Sinceramente, a ideia de inferno parece-me mais aceitável que a de céu. O Inferno foi muito bem trabalhado e introjetado em nossas mentes, praticamente todos sabem como é lá (caldeiras, diabos, chamas, tridentes). Quando se pergunta a alguém o que vai fazer no Céu cada um parece ter seu próprio “céu” e a maioria diz que vai “voar”, eu ainda não me decidi se serei anjo ou pássaro, pois não sei como guardar as asas, mas no “Meu Céu” não haverá cobras! Já chega de comer o pão que o diabo amassou!
Nota da autora: Como não assisto novelas, não sei o nome da novela da personagem Clara. Citei-a com base em “ouvi dizer”.