Festivais de Rock .


                    Agora está rolando o tal do "Lollapalooza", que na verdade é bem antigo, tanto ou mais que o "Rock in Rio", com grupos alternativos e vários palcos se alternando.
                    Não acompanho na verdade, é que me fez lembrar de "Woodstock", no final dos anos 60, com aqueles malucos, muita droga , sexo e rock and roll, mas só no formato, hoje tudo é movido à grana, altamente lucrativo, o tempo do "paz e amor" acabou. Na minha adolescência as notícias quase não chegavam por aqui, ouvíamos falar por alto, os jornais davam notas rápidas sobre os artistas.
                    O meu caderno estava encapado com uma foto da Janis Joplin, e a minha garota me perguntou, quem era a da foto, pois nunca ouvira falar nessa cantora. Eu conhecia alguns artistas porque o meu irmão comprava a Billboard, no centro da cidade, importada da Inglaterra, e ele ia tentando arrancar as notícias com o seu inglês de principiante, mas bem melhor que o meu que nem existia, rsrsss...
                    Conhecíamos alguns cantores estrangeiros pelo rádio de casa, como : The Beatles ( adoro) , Rolling Stones, Donovan, Joe Cocker, Creedence, Hendrix ( nunca me agradou), Joan Baez, Dylan, The Holly, Neil Diamond, Cat Stevens, Rod Stewart...mas também curtíamos a MPB , como Chico, Caetano, Gil, Roberto...que eram os caras que víamos pela TV, e aprendiamos as suas canções de cor.
                    Meus pais gostavam do " Trio Los Panchos", Altemar Dutra, Chico Buarque, Luís Vieira, Amália Rodrigues, Sarita Montiel, Moacyr Franco, Miguel Aceves Mejia (sei canções dele de memória)...e a gente aprendia a curtir junto,  acho que éramos mais ecléticos que os rapazes de hoje, e falávamos mais com os nossos pais na hora das refeições.
                     Gravávamos fitas K7 da TDK , Phillips e Basf captando canções do rádio, uma loucura total, mas era o que tínhamos, e gostávamos daquilo. O meu irmão era mais garimpador do que eu nesse sentido, eu preferia pegar as minhas chuteiras é ir para o campo com os amigos. Depois ele me mostrava as novidades. Às vezes comprávamos algum compacto ou LP para ouvir na vitrola, mas a grana era curta, tinha que ser na base do "economiza" que chega lá.
                     Nós cantávamos as canções como entendíamos , não conhecíamos as letras, rsrsss...traduzí-las então , muito menos, mas não havia tempo ruim, o negócio era soltar a voz  e curtir o som. Não gostávamos das versões, a maioria era muito ruim.
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 27/03/2018
Reeditado em 28/03/2018
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