Plágio, Tolerância Zero!

Vamos iniciar uma Cruzada Contra o Plágio, aqui no Recanto das Letras? Eu começo:

Sujeito mais cara-de-pau de que um plagiador não conheço. O cara pega um texto alheio, copia-o todo ou modifica-o em algumas partes, e publica-o como sendo seu. Qual é a vantagem? Vai receber aplausos, mas sabe que os aplausos não são para ele, e sim para o verdadeiro autor do texto plagiado! Há só uma explicação para o fato: assim como indivíduos sem caráter e ambiciosos não podem suportar a visão de uma jóia, de uma carteira de dinheiro, sem desejar roubá-las, também o plagiador não pode ver um texto bonito que logo lhe dá a compulsão de roubá-lo.

Absurdo: a gente gasta tempo, energia e talento para produzir um texto, publicá-lo e, depois, um fulano ou uma fulana qualquer o lê, gosta dele, mas copia-o e republica-o como sendo de sua autoria! Isso é inaceitável, quem não tem talento para ser escritor ou poeta, que se conforme em ser apenas leitor!...

Já tive muitos textos plagiados e já identifiquei plágios de textos de outros autores, meus amigos ou não. Em ambos os casos, viro fera, denuncio, faço um quiproquó medonho, e só sossego quando a verdadeira autoria do texto fica perfeitamente restabelecida, pois não só devo defender com unhas e dentes os meus direitos autorais, protegidos por Lei, como também lutar para que os direitos autorais dos outros não sejam desrespeitados, haja vista que a omissão frente ao crime é crime também!

Faz mais de um ano, eu participava de uma Comunidade do Orkut quando vi que um idiota, querendo aparecer como inteligente para as mulheres, abriu um tópico com o título “A Arte de Gostar de Mulher” que tinha como carro-chefe um texto do mesmo nome, postado como sendo de sua autoria, mas que, na verdade, era do jornalista Rafael Marti. O texto é excelente, emocionante, e as mulheres se derramavam em elogios, tipo: “Você sim, entende de mulher!” Que homem maravilhoso é você!” E ele, fingindo falsa modéstia: “Só fiz a minha obrigação, vocês merecem, vocês merecem...”

Para azar do sujeito, eu sou um ávido devorador de bons textos e jamais os esqueço. Posso até esquecer o nome do autor ou até mesmo o título da obra, mas após a leitura das primeiras linhas de um texto, logo percebo que ele já me é conhecido. Desse modo, eu sabia que já tinha lido aquele excelente texto, cujo autor, com certeza, não seria aquele idiota. Fiz a pesquisa e encontrei o verdadeiro autor, o jornalista Rafael Marti.

Imediatamente, entrei em contato com a proprietária da Comunidade, denunciando o fato. Eis a resposta da distinta dama: “Meu amigo, tenho certeza que ele não fez de propósito; talvez tenha se esquecido de citar o autor. O que vale é a intenção, a bela homenagem às mulheres. Não tenho o direito de proibir tópico nenhum ou excluir qualquer texto. Se todo problema fosse esse...”

Quer dizer, o cara estava certo, eu é que era um chato!

De galocha ou não? De qualquer modo, para provar que eu era mesmo um chato, postei uma mensagem-denúncia no tópico do próprio sujeito, que, mesmo assim, na maior cara de pau, continuou a manter as coisas do mesmo jeito. Então entrei em contato com Rafael Marti e cientifiquei-lhe do fato. Rafael entrou na Comunidade e, na qualidade de verdadeiro autor do texto, condenou publicamente o plágio. Foi aí, somente aí, que o plagiador deletou o texto, mas todo cheio de autopiedade, dizendo-se “uma vítima das circunstâncias, haja vista que só quisera mesmo prestar uma homenagem às mulheres da Comunidade”.

Reclamaram da exclusão do texto e Rafael Marti postou-o de novo, na íntegra. Mesmo assim, por incrível que pareça – ô Brasil, até quando? - algumas mulheres - e as mulheres, naquele caso, tinham quase a obrigação moral de demonstrar indignação, pois haviam sido enganadas pelo plagiador - tiveram a coragem (ou imbecilidade?) de defendê-lo, alegando que “ele tinha sido execrado publicamente pelo simples fato de ter usado um belo texto para homenagear as mulheres”.

Por Deus e todos os diabos, não dava para agüentar! Despedi-me de tal Comunidade, com a seguinte mensagem:

“O plágio é pior do que roubo. Quem rouba, rouba dinheiro ou objeto; quem plagia rouba o objeto (texto), o esforço e o talento do autor, além de cometer estelionato, pois induz um leitor a ler o texto com uma falsa autoria. O Brasil está do jeito que está, porque aqui se tem mais pena dos bandidos do que das vítimas!

Gostaria de saber da dona desta Comunidade como ela reagiria se o plagiador lhe roubasse uns suados dez mil reais e com eles comprasse flores para homenagear as suas amigas no Dia Internacional da Mulher! Continuaria achando que o que valia era a intenção?

Excluo-me da Comunidade. Reservo-me o direito de não ficar num lugar onde se protegem e aplaudem ladrões.”

Caro(a) amigo(a) autor(a): entre para a nossa Cruzada Contra o Plágio: para esse crime, tolerância zero!

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 29/08/2007
Reeditado em 05/10/2008
Código do texto: T629128
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