A desembargadora está errada, mas faz pensar ...
Estava lendo agora pouco sobre a desembargadora Marília Castro Neves, que resolveu abrir a boca ,escancarando-a de tal forma que estão voando pedras para dentro dela.
Começou falando que a Marielli estava engajada com facções criminosas no Rio, que falava de minorias, que ela nem considera que sejam tão minorias assim, já que a população feminina é maior que a masculina . Depois mencionou a Lei Maria da Penha, dizendo que algumas mulheres se privilegiam da lei para controlar a relação, agridem e depois que " a vítima" revida, usam a "Maria da Penha", e coisas desse tipo.
Como se isso não bastasse, questionou o que seria assédio no trabalho, insinuando que hoje confundem tudo, o que seria uma brincadeira e o que é realmente assédio, travando a relação homem e mulher no campo profissional, ou até mesmo possíveis amizades.
Por fim, como se não faltassem chumbos e flechadas , "atirou" contra uma professora que tem síndrome de Down e está na ativa, no Rio Grande do Norte, fazendo com que a moça escrevesse uma cartinha indignada, com letrinha de criança de primário, contando que ensina as crianças a serem educadas, e que preconceito é crime .
Esta notícia que mais parece uma "merda no ventilador", me fez parar para pensar, tentando entender a postura dessa desembargadora, afinal é magistrada, tem um papel importante na sociedade, que é o da justiça , porque teria tanta indignação assim , até que ponto tudo isso faz sentido ?!
Hipocrisia nunca foi o meu forte, não fico em cima do muro, até porque a minha vida não tem muro, fiz licenciatura e não creio que alguém com síndrome de Down ( quando tem um cromossomo à mais no código genético ), tenha condições plenas para lecionar, por isso penso que a sua licenciatura tenha sido uma forçada de barra, e a moça de fato é só auxiliar de professor, auxiliando nos passeios , nas aulinhas de música, na leitura das histórias para os menores e etc. Ter questionado isso não é preconceito, é fato !
Quanto ao assédio, acho que ela está errada, trabalhei 42 anos e sei muito bem o que acontece, uma brincadeirinha aqui, uma palavrinha acolá, liberdades que passam da linha do admissível, uma piadinha sem graça...e isso não se deve permitir em lugar nenhum, o verdadeiro profissionalismo passa longe disso tudo. Tenho mulher e filhas, e não gostaria que elas estivessem convivendo com esse tipo de machismo idiota.
No caso da Lei Maria da Penha, há um risco de razão pelo menos, faz sentido o que ela disse, não dá para cravar como 100% errado, e no caso da vereadora morta há poucos dias, a "doutora" teve uma febre tifoide, quis aparecer sem a melancia no pescoço.
Poucos conheciam a vereadora, mas é certo o trabalho dela em favor da "mulher negra", a bandeira contra o preconceito nas desigualdades, e o engajamento com os direitos humanos, que é uma causa humanitária mundial, tendo muita coragem para fazer isso , pagando com a vida. Se ela era amiga ( ?) de alguém, ninguém sabe, e ninguém tem nada a ver com isso.
A desembargadora me fez pensar, me fez perceber nas tantas coisas que acontecem por aqui, entre absurdos e fatos, as respostas que tentam dar à sociedade, muitas vezes equivocadas, sem colocar as coisas nos devidos lugares.