SUPREMO JEITINHO
O assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, ocorrido na noite de 14 de março no Rio de Janeiro, causou grande comoção no meio político, entretanto, todos os dias pessoas _ trabalhadores, policiais, bandidos, crianças, jovens, mulheres, negros, brancos, homossexuais, ricos, pobres etc. _ são assassinadas no Rio de Janeiro e no resto do país, sem que Suas Excelências, no entanto, experimentem os mesmos sentimentos de comoção e indignação provocados pelo crime bárbaro que tirou a vida da vereadora pela cidade do Rio de Janeiro e de seu motorista Anderson Pedro Gomes.
Agora, em mais um ato eleitoreiro, Suas Excelências, os candidatos, afinam os seus discursos sobre a importância de se adotarem medidas urgentes para melhorar a segurança pública no território nacional e ensaiam colocar em pauta alguns projetos sobre o tema engavetados há anos no Congresso. Porém, o que se vê nos bastidores é o velho corporativismo de uma classe viciada em poder, que não hesita em cometer crimes e obstruir a Justiça, na obstinada e cínica tentativa de se perpetuar no poder.
Michel Temer, o presidente cuja popularidade atualmente está em 4%, acreditem, sonha com a sua reeleição. É, meus amigos, ninguém quer largar esse naco suculento de poder.
E a Justiça, como vem atuando? Os juízes de 1ª e 2ª instância têm, em sua maioria, travado uma verdadeira batalha para tentar colocar os corruptos do colarinho branco atrás das grades. Entretanto, os ministros militantes partidários do Supremo Tribunal Federal (STF) acham que a lei é para todos, menos para certos “companheiros” de ideais partidários, amigos chegados, afilhados, esposas etc.
Gilmar Mendes: em 2016, quando apenas os petistas estavam sendo investigados e denunciados pela Justiça, foi a favor, no histórico julgamento que autorizou a prisão de condenados em 2ª instância, de que os condenados em 2ª instância pudessem começar a cumprir sua pena. Estranhamente, em menos de dois anos, mudou o seu entendimento sobre o assunto. O ministro agora defende que o condenado só poderá ser preso depois de esgotados todos os recursos impetrados por sua defesa e tem tomado várias decisões monocráticas nesse sentido. Será que Aécio Neves e Jacob Barata filho teriam algo a ver com essa mudança de opinião repentina do ministro?
Gilmar Mendes, quando então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi o autor do voto de desempate que absolveu a chapa presidencial Dilma-Temer por excesso de provas. Tudo em nome da “estabilidade política” do país, segundo ele.
Ricardo Lewandowski: o homem, que numa manobra desavergonhada articulada com o então presidente do Senado Renan Calheiros, rasgou a Constituição ao fatiar a pena da ex-presidente Dilma, por ocasião da sua cassação, ao meio. Com isso a presidente impichada perdeu o mandato sem perder o direito a se candidatar a qualquer cargo público pelos próximos 8 anos. Aí sim foi aplicado o golpe.
Dias Toffoli: o sempre grato advogado do PT tirou Paulo Bernardo, marido da senadora e atual presidente do PT Gleisi Hoffmann, da cadeia. A partir de setembro _ que Deus nos ajude _ Toffoli assumirá a presidência do STF.
Os ministros Marco Aurélio e o decano Celso de Mello, têm se mostrado bastante suscetíveis às pressões do mundo político.
Diante de uma suprema corte que apresenta ministros tão tendenciosos em sua composição, podemos até arriscar um trágico cenário eleitoral para o país, com Lula presidente, Aécio como vice e Dilma como ministra da fazenda _ a verdadeira idade das trevas brasileira. Impossível? Bem, com o STF toda aberração jurídica torna-se possível.
Senhores ministros, a nação brasileira agradeceria muito se, em nome do vosso zelo pelo nosso putrefato sistema político-partidário, Vossas Excelências renunciassem ao STF, pois Vossas Excelências são uma vergonha para a Justiça e para o Brasil.