Não sei bem porque, mas passo credibilidade .
Já me disseram isso muitas vezes, e eu nem sei bem o porque. Seja em reuniões da firma, atendimento a clientes na loja que tivemos, e em muitas outras situações , algumas até hilárias. Sou daquele tipo capaz de contar uma barbaridade sem pé nem cabeça, com tanta seriedade que as pessoas chegam a acreditar que talvez seja verdade. Conto piadas criando o clima, e não dou um pingo de risada, afinal eu estou contando, e já sei como termina, não é ?
Em reuniões , quando começava a falar, os demais paravam para ouvir sem interromper, e pouco questionavam. Sou muito direto, mas isso é da raça, jamais poderão dizer " falou meia hora e não disse nada", não sou assim, ao contrário.
Não sei se é o tom de voz meio pausado, o jeito de olhar sem tirar os olhos das pessoas, a respiração na fala, saber ouvir sem atropelar, se é a pronúncia....verdade é que não sei (?).
Agora , aposentado, vou pegando o que aparece, não gosto de ficar parado. Fui fazer um trabalho de três meses na "Claro", e depois vi que não estava valendo a pena, e saí. Quando informei que não queria mais, eles me pediram para ficar mais um pouco, dizendo que eu passava credibilidade , e que voltasse quando quisesse.
Quando estou numa palestra, o palestrante também fica me olhando o tempo inteiro, e quando escolhe alguém para ter um "feed back", aponta na minha direção.
Se estiver em um restaurante com amigos, e o garçom traz a conta, mesmo que eu seja só convidado, é para mim que ele entrega.
Certa vez em Madrid, com a minha esposa, entramos em um hotel e as torneiras eram bem diferentes, esquisitas ,e não tinha ideia como abri-las, por incrível que pareça.
Do banheiro, falei pra minha mulher : " Fá, não sei abrir a torneira " (com a maior calma) - Respondeu do quarto : " Vai tentando, eu estou ocupada agora, se vira aí !" . Como não tinha nem ideia, sai da suíte até o corredor, onde passava uma funcionária do hotel, então a parei e lhe disse: " Por favor, puede usted ayudarme a abrir el grifo ?" . - Para a mulher , era um pedido simplesmente ridículo, onde se viu alguém do meu tamanho, bigodudo, não saber abrir uma simples torneira, seria retardado por acaso ?
Ficou me olhando séria, fechando o cenho, vi que ela me analisou por alguns segundos, talvez pensasse ; " Será que é um tarado, ou coisa assim ?"- " Não, não teria uma desculpa, ou cantada tão esdrúxula quanto essa " del grifo !". E eu bem sério, olhos nos olhos, e calmo- Resolveu entrar, e então viu a minha esposa que dobrava as roupas sobre a cama, então percebeu que eu não estava só. Foi até o banheiro e disse : " Mira usted, es así que se abre, viste ?"- " Si, grácias!".
Não é querendo jogar confetes, mas o atendimento e simpatia no Brasil fazem a diferença. Aqui, a atendente, questionaria com um sorriso, se a torneira estaria ou não quebrada, o que poderia estar ocorrendo, se eu era de fora... e solícita me atenderia. Aquela espanhola só faltou me tirar a pele com os olhos !
Por hoje chega, outro dia continuarei contando minhas histórias, e olha que são muitas ! Putz ! desta vez escrevi muito...desculpem !