S.O.S,VIDA.

Cada vez mais, me convenço de que não pertenço a esse tempo, a esse lugar, esse planeta tão lindo e, ao mesmo tempo, tão cruel. Percebo que o preço do sentir, do se importar, do querer bem, é cobrado de forma tão cara, tão absurdamente, cara. E vou acumulando dívidas, contraídas de forma inocentemente inadvertida.

Tento achar um culpado ou os culpados, muito embora, de minha parte, não demonstre por essa palavra; “culpa”, alguma simpatia.

Penso, às vezes, que a “culpa” seja somente minha e de ninguém mais, afinal, crescer, ficar adulta foi decisão minha. Quando criança, apesar do descolorido da TV parece que a vida tinha mais cores, mais sabores. Talvez, o pouco acesso às informações, que hoje se dá quase que instantaneamente, nos tenha poupado de tantas notícias ruins, num passado distante. As informações demoravam a chegar e, desse modo, tínhamos mais tempo para brincadeiras, para crescer no devido tempo e na paz. As horas para o sofrimento eram reduzidas.

Hoje, a vida acontece tão rapidamente...Tão rapidamente, vão-se os bons momentos. Em segundos tomamos conhecimento do sofrimento dos nossos irmãos mundo afora. No entanto, esperamos anos e anos para que alguma providência seja tomada. Por que tamanha desproporção? O que vem acontecendo conosco? Quanta tolice nos ocupa os pensamentos...Que força é essa que nos imobiliza e nos trava pela busca da paz, da união, da igualdade de direitos, da felicidade? Num mundo tão globalizado, os blá, blá, blá, imperam, e as atitudes (certas) decrescem, desaparecem.

Assassinatos, suicídios, desencontros, desamores, dissabores, descrenças, desenganos, ameaças, guerras, medos...

Haverá esperança? Esperando e torcendo para que sim. Temos filhos no caminho, amores no coração e fé na humanidade.

Elenice Bastos.