Barco
Tom era um menino quieto, que sempre andava com a ideia de se aventurar no oceano; ate que um dia, afinal, o fez. Deixou pra trás o que muitos classificam como tudo - escola, colegas, família, dinheiro - e partiu, sozinho, em seu barco.
Por muito tempo foi feliz. Cantava, brincava, dançava. E ria; lembrava... Tinha tudo ali e já não imaginava o que seria a vida. Pela manhã, como era seu costume, se sentava e assistia o Sol nascer no manto translúcido que fazia de chão. Era naquele momento que se sentia cheio, e talvez, um pouco apaixonado- imaginava ser isso o amor.
Certa vez, Tom lembrou demais. Olhou ao redor e tudo o que viu foi sua imensidão azul. Será que ainda existia, além de toda aquela água, um mundo? Será que teria para quem voltar? Ora, depois desse dia, Tom foi muito infeliz levando, sempre para frente, seu barco de saudade, por medo de não saber voltar.
O caso é que tal história me despencou dos céus à cabeça e estou a questionar: será eu Tom?