Lampião
Lampião não era malvado...ele era malvado para quem era com ele...era um homem calmo...não roubava...não tinha jeito...se visse uma criação..um bode, uma cabra, ou um porco...nos comia...às vezes nem comiamos...porque a volante era quem comia...ele era corajoso..valente,,,tranquilo...sem exibir a valentia dele...era uma cangaceiro experimentado...não era um homem malvado...
(Sila)
Maria dizia que já não aguentava aquela vida...aquilo não era vida pra gente não...o capitão está doente...só fala em ir embora se nois chega em Sergipe toma bala..na Bahia a mesma coisa ...em Pernambuco nem se diga...Zé Rufino não dá descanso...Maria vi uma luz..."não é nada não...vamo dormir"...Zé Sereno acordou...vamo rezá nossa oração....pummmm um tiro no amoroso...socorro...tiro...am criança...os tiros levantam a bruma da manha ...eu tive dó...lampião...morreu sem brigar...ele morreu sem dar um tiro...e morreu sem dar uma palavra com agente....maria foi morta em seguida...eu vi eles arrancando a cabeça de lampião que balbuciava, eu vi eles arrancando a cabeça de Maria que balbuciava...gritavam...matamos o cabra da peste...ontem tinhamos tido uma conversa Lampião estava apreensivo, queria ir pra Bahia...de lá rumar pra Minas...queria sair dali...lugar infestado de macaco...os coiteros estavam sendo pressionados...o coronel Pedro Caixeiro e o seu filho Eronildes de Carvalho estavam sendo contestados pelo Governo Central...todo mundo queria nossas cabeças...elas estavam a prêmio...tenho que sair daqui....tava cheio de moca...infestado de macaco...olha nunca gostei dessa vida...tinha respeito pelo meu cangaceiro...ele era sanguinário...do grupo de Lampião ...vivíamos em baixo de paus..em meio a tiroteios tendo como amigo o fuzil...e a espreita da morte...às vezes pensava numa cama.....mas dormia em cima de xique-xique...nois vivia nos mato...fomos forçados a estar ali ...entrei ali por perseguição eu tava lá na morte de Lampião que morreu na gruta de angicos...nois íamos sair dali um dia antes...minha torda era mais no alto ...desci para comer melancia trazido por um coiteiro...nos tinha o corpo fechado...não faziamos amor no dia de sexta...mas lampião aparentava cansaço...caolho e coxo...gordo mal acostumado com os coitos e aos caprichos de Maria Bonita...o peso da idade o ferimento no olho a tuberculoso já o havia debilitado queria seguir os passos de Sinhô Pereira...queria fugir pro sertão de Goiás ou de Minas estava cansado ia reunir o bando ali na cova de Angicos em Sergipe o lugar era dominio de Lampião e de seu bando...era ali que Antonio Caixeiro dava coito ao capitão, acolhida e certa segurança...foi ali que conheceu a penicilina por intermedio do Dr. Eeronildes de Carvalho....o senhor de Canhoba, Poço Verde, Poco Redondo...Porto da Folha ....de todo o Sergipe, Lampião folgava alí...aqui acolá ...seu bando estava como formiga sem formigueiro...havia se espalhado pelos sertões em sub bandos...o de Corisco e Dadá...o de Zé Baiano...já não era o cabra afoito de outrora a maldade pura foi substituída por outra mais racional e comedida...seu punhal de 8cm raramente era utilizado no ritual macabro da saboneteira...queria vestir-se com orgulho, alto, magro, moreno, calvo bem educado, sussurrante, educado, não matava, não sangrava agora preocupado com o futuro de sua filha recém nascida...e com as volantes de alagoas e de Pernambuco que embora não encontrassem apoio na volante sergipana a sua fama ja havia ultrapassado há muito os limites do sertão,,,da região Nordeste e do Brasil e já era uma figura conhecida internacionalmente...foi matéria do New York Times ...mas era uma notoriedade efemera, passageira como é dos grandes bandidos. Foi-se o tempo de Luis de sabino...de Jararaca..de Zé Pedro, de Virgilio...Zé sereno, Serra Verde, Cobra de Cipó, Jacaré, Luis Pedro, Candeeiro, Papagaio, Cobra Verde,Papagaio, Cajazeiro, Saracura, Mergulhão, Catingueiro, Lua Nova, Andorinha, Besta Feira, Cacheado, Vela Branca, Devoção, Limoeiro, Pente Fino, Moreno, Sabiá, Capataz, Bode Velho, Moita Brava, Moreno...Durvinha, Lidia, Maçarico, eu temia de ser pego de morrer...de arrancarem a minha cabeça como trófeu...ainda me lembro da coversa que tive com Tonho do Arroz quando ele me perguntou se já havia parado com a arenga com Zé Saturnino...disse-lhe "Tonho tu já viu dizer que a alma que morre que não faz o que quer... antes de morrer passa três dia antes chegar noinferno. Sonho com o mato, o boqueirão...é uma tristeza sonho...sonho dentro de grande mato nos boqueirão..é uma tristeza sonho...
Lampião não era malvado...ele era malvado para quem era com ele...era um homem calmo...não roubava...não tinha jeito...se visse uma criação..um bode, uma cabra, ou um porco...nos comia...às vezes nem comiamos...porque a volante era quem comia...ele era corajoso..valente,,,tranquilo...sem exibir a valentia dele...era uma cangaceiro experimentado...não era um homem malvado...
(Sila)
Maria dizia que já não aguentava aquela vida...aquilo não era vida pra gente não...o capitão está doente...só fala em ir embora se nois chega em Sergipe toma bala..na Bahia a mesma coisa ...em Pernambuco nem se diga...Zé Rufino não dá descanso...Maria vi uma luz..."não é nada não...vamo dormir"...Zé Sereno acordou...vamo rezá nossa oração....pummmm um tiro no amoroso...socorro...tiro...am criança...os tiros levantam a bruma da manha ...eu tive dó...lampião...morreu sem brigar...ele morreu sem dar um tiro...e morreu sem dar uma palavra com agente....maria foi morta em seguida...eu vi eles arrancando a cabeça de lampião que balbuciava, eu vi eles arrancando a cabeça de Maria que balbuciava...gritavam...matamos o cabra da peste...ontem tinhamos tido uma conversa Lampião estava apreensivo, queria ir pra Bahia...de lá rumar pra Minas...queria sair dali...lugar infestado de macaco...os coiteros estavam sendo pressionados...o coronel Pedro Caixeiro e o seu filho Eronildes de Carvalho estavam sendo contestados pelo Governo Central...todo mundo queria nossas cabeças...elas estavam a prêmio...tenho que sair daqui....tava cheio de moca...infestado de macaco...olha nunca gostei dessa vida...tinha respeito pelo meu cangaceiro...ele era sanguinário...do grupo de Lampião ...vivíamos em baixo de paus..em meio a tiroteios tendo como amigo o fuzil...e a espreita da morte...às vezes pensava numa cama.....mas dormia em cima de xique-xique...nois vivia nos mato...fomos forçados a estar ali ...entrei ali por perseguição eu tava lá na morte de Lampião que morreu na gruta de angicos...nois íamos sair dali um dia antes...minha torda era mais no alto ...desci para comer melancia trazido por um coiteiro...nos tinha o corpo fechado...não faziamos amor no dia de sexta...mas lampião aparentava cansaço...caolho e coxo...gordo mal acostumado com os coitos e aos caprichos de Maria Bonita...o peso da idade o ferimento no olho a tuberculoso já o havia debilitado queria seguir os passos de Sinhô Pereira...queria fugir pro sertão de Goiás ou de Minas estava cansado ia reunir o bando ali na cova de Angicos em Sergipe o lugar era dominio de Lampião e de seu bando...era ali que Antonio Caixeiro dava coito ao capitão, acolhida e certa segurança...foi ali que conheceu a penicilina por intermedio do Dr. Eeronildes de Carvalho....o senhor de Canhoba, Poço Verde, Poco Redondo...Porto da Folha ....de todo o Sergipe, Lampião folgava alí...aqui acolá ...seu bando estava como formiga sem formigueiro...havia se espalhado pelos sertões em sub bandos...o de Corisco e Dadá...o de Zé Baiano...já não era o cabra afoito de outrora a maldade pura foi substituída por outra mais racional e comedida...seu punhal de 8cm raramente era utilizado no ritual macabro da saboneteira...queria vestir-se com orgulho, alto, magro, moreno, calvo bem educado, sussurrante, educado, não matava, não sangrava agora preocupado com o futuro de sua filha recém nascida...e com as volantes de alagoas e de Pernambuco que embora não encontrassem apoio na volante sergipana a sua fama ja havia ultrapassado há muito os limites do sertão,,,da região Nordeste e do Brasil e já era uma figura conhecida internacionalmente...foi matéria do New York Times ...mas era uma notoriedade efemera, passageira como é dos grandes bandidos. Foi-se o tempo de Luis de sabino...de Jararaca..de Zé Pedro, de Virgilio...Zé sereno, Serra Verde, Cobra de Cipó, Jacaré, Luis Pedro, Candeeiro, Papagaio, Cobra Verde,Papagaio, Cajazeiro, Saracura, Mergulhão, Catingueiro, Lua Nova, Andorinha, Besta Feira, Cacheado, Vela Branca, Devoção, Limoeiro, Pente Fino, Moreno, Sabiá, Capataz, Bode Velho, Moita Brava, Moreno...Durvinha, Lidia, Maçarico, eu temia de ser pego de morrer...de arrancarem a minha cabeça como trófeu...ainda me lembro da coversa que tive com Tonho do Arroz quando ele me perguntou se já havia parado com a arenga com Zé Saturnino...disse-lhe "Tonho tu já viu dizer que a alma que morre que não faz o que quer... antes de morrer passa três dia antes chegar noinferno. Sonho com o mato, o boqueirão...é uma tristeza sonho...sonho dentro de grande mato nos boqueirão..é uma tristeza sonho...